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28/Aug/2025

Boi: margens das indústrias sob pressão nos EUA

O Santander reiterou sua recomendação neutra para as ações de JBS e Marfrig, destacando que o atual ciclo do gado nos Estados Unidos deve se prolongar mais do que o esperado e seguir pressionando as margens dos frigoríficos. O fundo do ciclo do gado nos Estados Unidos deve levar a margens ainda mais apertadas para os frigoríficos daqui para a frente. O banco projeta margem Ebitda negativa de 1,8% para a operação de carne bovina da JBS na América do Norte em 2026 e de 1,5% para a National Beef, controlada da Marfrig. Entre os fatores que sustentam esse cenário está a baixa retenção de fêmeas para reposição do rebanho. Poucas fêmeas estão sendo mantidas para reposição, no menor nível em 20 anos.

Apesar do abate elevado de novilhas previsto para 2025, já há sinais de declínio no número de animais enviados aos confinamentos, o que pode indicar início de retenção de matrizes por parte dos pecuaristas, movimento que pode durar de três a quatro anos. Observa-se restrições na oferta de carne bovina no país. De acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção doméstica deve cair 1% em 2025, o que implicaria déficit de cerca de 990 mil toneladas no abastecimento. O rebanho precisaria crescer 7,9 milhões de cabeças para atender à demanda interna. Além disso, tarifas mais altas sobre importações podem agravar o quadro. Apesar dos preços em alta, a demanda segue firme.

O consumo implícito de carne bovina nos Estados Unidos subiu 3% em julho em relação ao ano anterior, mesmo com avanço de 14% nos preços no varejo e aumento da relação de preços entre carne bovina e de frango. Os consumidores norte-americanos parecem estar favorecendo a carne bovina em relação a outras proteínas, enquanto a elasticidade de preço se mostra menor do que o esperado. Nesse ambiente, pecuaristas e varejistas são os maiores beneficiados. Enquanto pecuaristas aproveitam a oferta restrita e menores custos de grãos, e os varejistas conseguem expandir suas margens, os frigoríficos veem sua rentabilidade comprimida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.