01/Oct/2025
Segundo a Minerva, a América do Sul continuará ampliando sua participação no mercado internacional de carne bovina nos próximos anos, apoiada nas vantagens comparativas da região. A pecuária sul-americana se destaca frente a outras regiões pela flexibilidade na produção. A carne bovina é a única que pode ser produzida de duas formas: a pasto ou a grão. E a produção a grão no Hemisfério Norte está cada vez mais inviabilizada. A América do Sul tem atingido recordes de exportação em diferentes cenários, mesmo com tarifas. Essa janela de oportunidade será ainda mais relevante em 2026 e 2027. O cenário global reforça a posição da região diante de desafios enfrentados por outros produtores nos próximos anos. Os Estados Unidos ainda não iniciaram a retenção de fêmeas, mas já dão sinais. A Europa está fragilizada em sua produção e a China também enfrenta redução do rebanho. Quanto à escala de produção, a Oceania, especialmente a Austrália, tem 25 milhões a 26 milhões de cabeças de gado, enquanto na América do Sul são de 350 a 360 milhões.
Essa diferença explica por que essa região é muito mais competitiva. A Minerva avaliou que o cenário da pecuária dos Estados Unidos, com queda na produção e o aumento da demanda, permite o incremento dos embarques de países da América do Sul onde a companhia tem operação, garantindo uma oportunidade histórica para a empresa. Os números oficiais mostram que o abate norte-americano deve fechar 2025 cerca de 6% abaixo do registrado em 2024, e o rebanho dos Estados Unidos está no menor nível desde 1953, com 86 milhões a 87 milhões de cabeças. Só que há 40 milhões mais de norte-americanos para o mesmo rebanho que havia em 1953. Com isso, as importações norte-americanas devem crescer mais de 40% nos próximos dois anos, chegando a até 2,6 milhões de toneladas. Quem está ganhando espaço dessas importações é a América do Sul, em alguns casos o Brasil, em outros, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em todos os casos, são países em que a Minerva tem presença.
Destaque para a posição estratégica da Minerva para atender esse aumento da demanda com a operação em países vizinhos ao Brasil. A empresa tem 10 fábricas entre Paraguai, Argentina e Uruguai para abastecer o mercado dos Estados Unidos. O diferencial de custo da carne sul-americana em relação aos preços nos Estados Unidos é relevante. Há oportunidades no segmento premium. Nunca houve um spread tão grande em custo de carcaça entre América do Sul e Estados Unidos. Mesmo pagando tarifas, o Brasil continua competitivo. Há cortes, como filé mignon, que têm mais de 100% de diferença de preço em relação ao norte-americano. O mercado dos Estados Unidos é hoje mais estratégico e sofisticado do que antes. Há dois ou três anos era um mercado de 20 mil, 30 mil toneladas por ano e só operava em cota. Hoje, é um mercado para desenvolver cortes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.