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25/Nov/2025

Boi: carne do Brasil retoma competitividade nos EUA

Segundo a Datagro, a retirada da tarifa de 40% sobre a carne bovina brasileira, decisão tomada pelo governo dos Estados Unidos na semana passada, devolveu ao produto nacional uma competitividade expressiva no mercado norte-americano: os cortes exportados pelo Brasil agora chegam aos Estados Unidos entre 14% e 18% mais baratos que os preços do atacado local. Nos "beef trimmings" (principal item importado pelos Estados Unidos), a diferença é ainda maior: as aparas brasileiras custam 11% menos do que as australianas e mais de 23% abaixo do valor praticado no mercado doméstico norte-americano. Esse salto de competitividade vem após os Estados Unidos anunciarem, no dia 20 de novembro, o fim da sobretaxa que vigorava desde agosto sobre diversos produtos agrícolas brasileiros.

Dias antes, o governo norte-americano havia retirado tarifas de 10% aplicadas a itens-chave para conter a inflação, mas mantinha a tarifa extra de 40% especificamente sobre produtos do Brasil, frustrando o setor. Com a eliminação total, válida desde 13 de novembro, o País volta a figurar entre os fornecedores mais vantajosos de carne bovina ao mercado norte-americano, mesmo considerando a cobrança sobre o volume que excede a cota TRQ. Nos "trimmings", que são aparas com baixo teor de gordura resultantes da desossa, a recuperação é particularmente relevante. No ano passado, a Austrália chegou a superar o Brasil em competitividade, mas o movimento voltou a se inverter: o mix 90 CL (até 10% de gordura) exportado pelo Brasil agora se distancia dos níveis internacionais e internos dos Estados Unidos, reforçando a atratividade da proteína brasileira.

Embora o boi gordo tenha se valorizado no Brasil recentemente em dólares, hoje próximo de US$ 60,00 por arroba, essa alta não deve ser suficiente para reduzir a vantagem relativa do produto brasileiro. Os preços do boi gordo nos Estados Unidos e na Austrália avançaram ainda mais nos últimos meses, preservando a diferença favorável ao Brasil. Com o novo cenário, cresce a expectativa de uma retomada acelerada dos embarques. Mesmo sob a pesada tarifa, o Brasil enviou volumes significativos aos Estados Unidos, mais de 10 mil toneladas em outubro. Sem o obstáculo tarifário, agentes do setor consideram provável que as remessas aumentem rapidamente e que a cota TRQ de 2026 seja preenchida em tempo recorde. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.