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25/Nov/2019

Boi: preços em forte alta neste final de novembro

A escalada de preços do boi gordo e da carne bovina tem beneficiado diversos agentes do setor, como pecuaristas e frigoríficos que conseguem repassar os custos, mas já deixa analistas em alerta. Apesar do cenário animador para a pecuária, preocupa a velocidade da alta dos preços da arroba do boi e a falta de referência nas regiões pecuárias. Caso a China reduza em alguma medida o nível de importações da proteína, haverá impacto direto no mercado físico. O boi gordo certamente vai recuar quando a China desacelerar as compras. Em São Paulo, o boi gordo atinge R$ 220,00 por arroba à vista. Descontando a alíquota de 0,2% (pessoa física) ou de 0,25% (pessoa jurídica) recolhida para o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), o preço é R$ 219,50 por arroba. Com desconto do Funrural e Senar a referência está em R$ 216,50 por arroba à vista e R$ 218,50 por arroba a prazo.

Além da oferta de boiadas, que está restrita, alguns pecuaristas optaram por retirar a sua boiada das escalas, apostando em preços ainda mais altos. A dificuldade em compor as programações de abate, a exportação em alta e a melhora da demanda no mercado doméstico fazem com que os compradores ofertem preços maiores. Há registro de negócios por até R$ 230,00 por arroba a prazo e sem desconto do Funrural. Há preocupação também com produtores que estão ampliando as compras de bezerros a um custo elevado para aproveitar a alta dos preços no mercado pecuário. A preocupação é com quem pega essas boas margens e muda a sua escala produtiva. Mudar excessivamente de escala agora significa um risco importante para o pecuarista ou confinador. O grande efeito da peste suína africana (PSA) no mercado de carnes brasileiro tem sido na carne bovina, porque na carne de frango a China ainda tende a aumentar a produção doméstica e, na carne suína, a Europa deve suprir em grande parte a demanda chinesa, assim como os Estados Unidos, apesar da guerra comercial.

No caso da carne bovina, o Brasil está numa posição de destaque, porque a Austrália perdeu força como fornecedor nos últimos anos e a China tem evitado recorrer ao produto norte-americano por causa da disputa comercial. Mas, no caso de um acordo sino-americano, isso pode afetar o Brasil. Em São Paulo, no atacado, o boi casado de animais castrados registra alta de 13,2% na comparação diária e está cotado a R$ 15,89 por Kg. Todos os dias novas tabelas são liberadas pelos frigoríficos, tanto para a carne com osso quanto para a carne sem osso. A escassez de matéria-prima tem enxugado os estoques das indústrias e alguns agentes do setor atacadista sinalizam que podem faltar alguns cortes no mercado se este ritmo se mantiver.