02/Abr/2020
A incerteza sobre o comportamento da demanda, especialmente no mercado interno, por causa da crise do novo coronavírus, está pressionando negativamente o boi gordo em algumas regiões produtoras do País. Mas, naquelas que têm frigoríficos que exportam carne bovina para a China, o boi gordo se mantém firme e até mesmo avança. Em Mato Grosso, os preços registram alta. A volta da China ao mercado contribui para a valorização. Em São Paulo, onde as condições das pastagens ainda permitem que o pecuarista limite as ofertas, as cotações se mantêm estáveis a R$ 200,00 por arroba à vista.
No geral, as escalas de abate das indústrias continuam curtas. Em Mato Grosso do Sul, o preço registra queda de R4 3,00 por arroba. As indústrias conseguiram alongar escala e reduzem as compras. No Paraná, os frigoríficos operam com capacidade reduzida, programando os abates de acordo com o escoamento da carne no mercado. Com isso, o boi gordo está cotado a R$ 182,00 por arroba à vista. As indústrias que fornecem somente ao mercado interno brasileiro consideram paralisar as operações. A queda do consumo e os preços considerados baixos estão levando a essa decisão.
Está se generalizando a máxima de que quem tem produtos de exportação para a China será preservado e, são esses frigoríficos que sustentam o preço com leve tendência de alta. Em São Paulo, no atacado, os preços se mantêm estáveis, apesar das vendas mais fracas. O dianteiro avulso está cotado a R$ 11,90 por Kg e a ponta de agulha, a R$ 11,60 por Kg. As atenções estão voltadas agora para o comportamento do varejo nos próximos dias, já que tradicionalmente a primeira quinzena do mês tem melhora no consumo de carnes com o pagamento de salários. O início deste mês vai mostrar a real situação do consumidor brasileiro.