05/Fev/2021
O Ministério da Agricultura está analisando a possibilidade de importação de bois vivos do Paraguai por frigoríficos brasileiros. A demanda veio do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (SicadeMS), que representa 20 plantas afiliadas e tem buscado alternativas para o preenchimento das escalas de abate em meio à oferta apertada de gado terminado no Estado e no País. As unidades do Estado têm operado com ociosidade de mais de metade da capacidade produtiva por causa da escassez de matéria-prima. O pouco volume de boi que ainda tem é considerado muito caro e a conta dos frigoríficos não fecha. A estiagem verificada no ano passado atrasou a recuperação do pasto, levando muitos pecuaristas a confinarem os bovinos em vez de optarem pela terminação a pasto.
Nesse sentido, a boiada gorda que foi confinada chegou antes ao mercado, reduzindo a oferta neste momento. Outro ponto de atenção em relação à oferta é o ciclo de retenção de fêmeas, que deve continuar pelos próximos dois anos, dada a valorização do bezerro. O cenário de preços também não deve mudar tão cedo, já que a esperada safra de boi não deve trazer abundância de oferta. É por isso que o SicadeMS tenta junto ao Ministério uma autorização para importar boi gordo do Paraguai, onde o preço está mais barato do que no Brasil: US$ 42,00 por arroba (cerca de R$ 230,00 por arroba), contra uma média de R$ 300,00 por arroba em São Paulo. A liberação, contudo, não é tão simples. Há uma série de regulações para viabilizar a comercialização.
O Estado tem várias plantas próximas da fronteira entre os dois países. Além disso, o sindicato reforçou que esses bois importados serviriam apenas para abastecer o mercado interno, sem atender aos requisitos para exportação. O Ministério da Agricultura informou que o tema vem sendo tratado com o Ministério da Agricultura do Paraguai e, caso os entendimentos entre as partes cheguem a uma autorização de importação, isso valerá para qualquer empresa que cumpra os requisitos sanitários estabelecidos. O Paraguai é um país reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa com vacinação em todo o seu território. Dessa maneira, cumpre, plenamente, todas as exigências brasileiras para a importação (pelo Brasil) de carne bovina. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.