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26/Mai/2021

Carnes: RS aguarda status de zona livre de aftosa

Com a perspectiva de ampliar em US$ 1,2 bilhão por ano seu volume de negócios, o setor produtivo de carnes aguarda com grande expectativa a certificação do Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) esta semana. Será o reconhecimento que abrirá as portas para 70% dos mercados internacionais a que o Estado, até hoje, não tinha acesso, beneficiando as indústrias estaduais de carne bovina, suína e de aves. A evolução do status sanitário coloca a pecuária do Rio Grande do Sul em um novo patamar. Na indústria de carne suína, a projeção é de que haja um incremento na exportação na ordem dos R$ 600 milhões anuais. China (carne com osso), Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul são os maiores importadores mundiais a exigirem status de livre de febre aftosa sem vacinação para exportar esse tipo de carne. Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a certificação do Rio Grande do Sul como zona livre de aftosa sem vacinação, aliada ao cenário sanitário internacional, impulsionará a indústria suinicultora do Estado.

A China, por exemplo, teve queda expressiva de produção por causa da peste suína africana (PSA), e a recuperação para níveis antes da peste está prevista apenas para 2025. Então, o acesso a esses mercados possibilitará um boom na suinocultura do Rio Grande do Sul. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) destaca que o ganho não se dará apenas pelo crescimento do volume de exportações, mas também por causa do valor pago a carnes e derivados de carne oriundos de regiões sem vacinação, que costumam ter preços maiores em países importadores mais exigentes. Estes mercados pagam muito bem pela tonelada, como Japão e Coreia do Sul. A tendência é ampliar o espaço do Estado nas exportações e fortalecer as ligações com parceiros comerciais tradicionais, como China e Estados Unidos.

Dentro deste cenário promissor para a indústria de carnes no Rio Grande do Sul, não é de se estranhar que a maior produtora de proteína no mundo, a brasileira JBS, tenha anunciado, em abril deste ano, um investimento de R$ 1,7 bilhão em sete fábricas no Estado até 2023. Prevendo o aumento na demanda de exportação para proteína in natura e seus derivados, a companhia planeja expandir e promover melhorias em suas unidades em sete municípios: Bom Retiro do Sul, Caxias do Sul, Nova Bassano, Passo Fundo, Seberi, Santa Cruz do Sul e Trindade do Sul. A ampliação da capacidade de sete unidades produtivas tem potencial de gerar 2,7 mil postos de trabalho diretos e cerca de 10 mil indiretos. Entre os principais motivos para um plano de investimentos tão robusto para o Rio Grande do Sul, a companhia cita a mão-de-obra qualificada presente no Estado e a abertura de novos mercados com a certificação internacional como zona livre de aftosa sem vacinação. Para acessar mercados relevantes, esse status é “ingresso para participar do jogo”, pontua a JBS. Fonte: Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.