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10/Jun/2021

Boi: alto preço da reposição inibe abate de fêmeas

Os preços recordes dos bovinos de reposição levaram muitos pecuaristas a reforçarem a retenção do rebanho de fêmeas nas fazendas brasileiras ao longo do ano passado e especialmente nestes primeiros meses de 2021. Esse movimento foi confirmado por dados de abate divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram redução na proporção do abate de vacas e novilhas sobre o volume total de bovinos abatidos.

De janeiro a março de 2021, foram abatidas 2,411 milhões de fêmeas (vacas e novilhas), sendo a menor quantidade para um primeiro trimestre desde 2003, quando somou apenas 1,93 milhão de cabeças. A quantidade de fêmeas abatidas nos três primeiros meses deste ano ficou 22% inferior à observada de janeiro a março de 2020 (quando 3,088 milhões de cabeças de fêmeas foram abatidas) e 34% abaixo da registrada no mesmo período de 2019 (3,666 milhões de fêmeas).

Essas 2,411 milhões de cabeças de fêmeas abatidas no primeiro trimestre de 2021, por sua vez, correspondem por 36,75% do total de bovinos abatidos no período. Essa percentagem também é a menor desde 2003, quando esteve em 36,27%, evidenciando o movimento de retenção de fêmeas para a produção de bois de reposição. A maior participação de fêmeas sobre o abate total foi verificada em 2014, quando as 3,931 milhões de cabeças de fêmeas corresponderam por 46,95% do total.

Ressalta-se que, tradicionalmente, o primeiro trimestre é o período em que se abate mais fêmeas, o que traz um alerta para o mercado nos próximos meses. No curto prazo, isso mostra que o volume de bovinos para abate deve seguir baixo nos trimestres seguintes. Em um prazo maior, esse movimento de forte retenção de fêmeas pode resultar em recuperação no volume de bovinos para a produção em cerca de dois ou três anos e em consequente enfraquecimento dos preços. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.