09/Set/2021
Após terem atingido volume recorde em agosto, as exportações brasileiras iniciaram o mês de setembro em ritmo intenso. No entanto, notícias indicando dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como “mal da vaca louca”, nos estados de Mato Grosso e de Minas Gerais, resultaram em suspensões dos embarques da carne brasileira para alguns países. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de setembro (três dias úteis), 31,53 mil toneladas de carne bovina foram exportadas pelo Brasil. A média diária estava bem elevada, em 10 mil toneladas, sendo 55% acima da registrada em setembro do ano passado. Evidentemente, o ritmo nesta segunda semana de setembro pode se reduzir, devido à interrupção momentânea dos embarques, especialmente à China, país asiático que vem sendo o principal destino da carne brasileira nos últimos anos.
No geral, agentes do mercado esperam que a retomada das vendas ocorra o mais breve possível, seja pela negociação entre as autoridades brasileiras e do mercado internacional, seja pela dependência mundial em relação à carne brasileira. No mesmo sentido, o mercado externo também é muito importante para a cadeia pecuária nacional como um todo. Em agosto/2021, as exportações brasileiras somaram significativos 181,61 mil toneladas, 6,52% acima do recorde anterior, registrado em outubro de 2019, quando 170,49 mil toneladas foram escoadas pelo País, conforme dados da Secretaria de Comercio Exterior (Secex). Vale lembrar que o recorde anterior foi observado em meio ao início do movimento de alta nos preços internos ao longo da cadeia pecuária. Para a China, especificamente, pela primeira vez na história, os envios mensais superaram as 100 mil toneladas em agosto, totalizando 105,94 mil toneladas (entre todos os produtos de carne bovina), 16,4% acima da quantidade de julho/2021.
De janeiro a agosto, o Brasil já exportou mais de 1 milhão de toneladas de carne bovina in natura para todos os destinos, fato que havia sido observado apenas no ano passado. No acumulado de 2021, foram escoadas 1,083 milhão de toneladas, volume 2,36% inferior ao do mesmo período de 2020 (o equivalente a 26,16 mil toneladas). O que também vem chamando a atenção do setor é o alto preço pago pela carne brasileira. Em agosto deste ano, o valor foi recorde, atingindo US$ 5.679,69 por tonelada, 4,64% superior ao do mês anterior e 41,7% acima do valor de agosto/2020. Com volume e preços recordes em agosto, as receitas em moedas norte-americana e nacional foram igualmente as máximas da série histórica da Secex, somando respectivos US$ 1,031 bilhão e R$ 5,45 bilhões no mês. Ressalta-se que essa é a primeira vez que o montante em dólar fica acima de US$ 1 bilhão e a primeira vez que a receita em moeda nacional supera os R$ 5 bilhões. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.