10/Set/2021
Segundo o Rabobank, a oferta global de lácteos deve manter a tendência de crescimento ininterrupto, embora com ritmo mais lento. A taxa de crescimento por enquanto tem sido sustentável sem pesar excessivamente sobre o mercado, mas uma desaceleração da demanda pode rapidamente levar a um aumento dos estoques. Os preços de lácteos estão altos na maior parte das regiões, mas as margens de produtores ao redor do mundo são mistas. Todos estão enfrentando altos custos de ração e inflação de outros insumos, mas a capacidade de suportar essas pressões depende dos preços do leite.
Boa parte do mundo tem preços suficientemente altos de leite para compensar os custos mais altos. No entanto, o mercado norte-americano vem enfrentando maior oferta que continua pesando sobre os preços de leite, e os preços na União Europeia mal conseguem acompanhar a alta dos custos dos insumos. Quanto aos altos custos de ração, não deve haver uma mudança de tendência no futuro próximo. Os preços de lácteos vão depender bastante da demanda no restante do ano.
O fluxo de comércio global de lácteos tem se mantido, apesar de problemas logísticos que fizeram disparar os custos de transporte, como a escassez de contêineres. Entre janeiro e maio, a demanda global aumentou 6% em termos de volume na comparação anual. A China, o maior importador mundial de lácteos, registrou aumento de 31% no volume importado no primeiro semestre. No segundo semestre, no entanto, o país asiático deve começar a reduzir suas importações. Os mercados globais vão conseguir absorver vendas perdidas em 2021, mas a pressão será sentida em 2022, inicialmente na Oceania.
Quanto ao Brasil, os preços ao produtor continuam elevados e têm pouco espaço para recuar até o fim de 2021. Altos preços de grãos e estiagem reduziram os incentivos para pecuaristas aumentarem a produção. A produção de leite no País deve crescer cerca de 1% neste ano. Além disso, os altos preços ao produtor, a inflação e a alta taxa de desemprego no Brasil estão reduzindo as margens de processadoras, que não conseguem repassar o aumento dos custos aos consumidores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.