13/Set/2021
O mercado físico de boi gordo interrompeu a estabilidade que vinha sendo observada nas principais regiões pecuárias do País e começa a repercutir o cenário de redução da demanda por gado terminado. Isso porque a maior parte dos frigoríficos exportadores segue ausente das negociações, no aguardo do restabelecimento das exportações de carne brasileira para a China, após a conclusão dos casos do "mal da vaca louca" pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Soma-se a isso a preocupação das indústrias com o bloqueio das rodovias por caminhoneiros. A interdição em pelo menos 15 Estados, dentre eles Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, fez com que os frigoríficos ficassem afastados dos negócios.
Em São Paulo, os compradores não estão ativos, e as compras, que já estavam travadas por conta da "vaca louca", seguem suspensas na maior parte das indústrias. Ainda assim, o cenário continua cheio de incertezas no setor pecuário. Mesmo as plantas de abate que operam apenas no mercado interno têm se afastado dos negócios por causa da dificuldade de escoar a produção, especialmente com a proximidade da segunda quinzena do mês. Por outro lado, as margens apertadas dos pecuaristas deixam a situação mais complicada. Em relação aos bois terminados, as margens operacionais são impactadas cada vez mais, visto que as condições de pastagens são adversas para a manutenção do peso dos bovinos, enquanto os custos de nutrição seguem elevados, apesar do término da colheita.
Em São Paulo, o boi gordo segue cotado a R$ 303,50 por arroba à vista e a R$ 310,00 por arroba a prazo. Na Bahia, a cotação é de R$ 290,50 por arroba à vista. Em Rondônia, o boi gordo é negociado a R$ 296,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 310,00 por arroba a prazo e, em Goiás, R$ 298,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, os preços se mantêm inalterados. O traseiro do boi segue cotado a R$ 22,60 por Kg, enquanto o dianteiro e a ponta da agulha são negociados a R$ 16,10 por Kg. O consumo pós-feriado não reagiu, apesar do recebimento dos salários. Os varejistas relatam excesso de oferta em relação ao volume demandado, impedindo movimento de procura por reposição por parte das distribuidoras.