21/Set/2021

A continuidade do embargo sobre as exportações da carne bovina brasileira para a China, após a confirmação de dois casos atípicos do "mal da vaca louca", pesa sobre as cotações do boi gordo no mercado físico. A conjuntura, que já era de cautela por causa da dificuldade de escoamento da proteína bovina ao mercado interno, ficou ainda mais complicada com a restrição referente ao principal importador da proteína brasileira.

A decisão de interromper a comercialização partiu do governo brasileiro, conforme previsto em acordo com a China, em caso de algum problema sanitário. Contudo, depois que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) deu os casos da doença por encerrados e afirmou que não há risco para a cadeia produtiva do País, a liberação dos negócios está na mão dos chineses. Enquanto o setor aguarda, os frigoríficos se ausentam das compras de gado terminado e tentam reorganizar as suas escalas de abate.

Algumas unidades cujo foco é o mercado chinês optaram por férias coletivas. A despeito desse cenário, as expectativas para as exportações do País são positivas este ano. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 295,50 por arroba à vista e a R$ 306,00 por arroba a prazo. Em Goiás, a cotação é de R$ 283,50 por arroba à vista. Em Santa Catarina, o boi gordo é negociado a R$ 319,00 por arroba à vista. No Rio Grande do Sul, a cotação é de R$ 303,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo está cotado entre R$ 295,00 e R$ 303,00 por arroba a prazo.

Em Minas Gerais, a cotação é de R$ 293,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, o traseiro do boi segue cotado a R$ 22,60 por Kg. O dianteiro e a ponta da agulha são negociados a R$ 16,10 por Kg. O fluxo de vendas é suficiente apenas para limitar alterações expressivas nos preços. Como o nível de abate bovino vem sendo regulado, a manutenção de oferta sem volumes expressivos deve limitar a pressão baixista sobre os preços dos cortes bovinos, embora ajustes não possam ser descartados no curtíssimo prazo.