30/Set/2021
Em São Paulo, no atacado, a carcaça casada do boi gordo registra desvalorização de 3% no acumulado deste mês, negociada a R$ 19,41 por Kg, o menor patamar nominal desde março de 2021. A média de setembro, de R$ 20,08 por Kg, está 0,2% acima da de agosto, mas 1,8% inferior à verificada há um ano, em termos reais. No mercado interno, o fragilizado poder de compra de grande parte da população brasileira vai de encontro com o elevado patamar de negociação da carne bovina. Assim, muitos consumidores acabam adquirindo as carnes substitutas, como suínos e frango, ou ovos.
No front externo, a continuidade da suspensão de embarques à China já tem gerado certo alerta entre agentes de mercado, que estavam à espera de uma rápida solução, fundamentados na baixa oferta mundial de carne bovina e sobretudo na consequente dependência da China pelo produto brasileiro. Há, ainda, o fato de a China geralmente intensificar as compras de carne bovina nos últimos meses do ano, devido ao típico aquecimento da demanda por carne naquele país nas primeiras semanas do ano, por conta da comemoração do Ano Novo Chinês. Recentes notícias indicam que os chineses ainda estariam analisando as informações apresentadas por órgãos brasileiros. Ressalta-se que a China, até agosto, foi destino de 46,75% de toda carne bovina exportada pelo Brasil.
Nesse sentido, caso os embarques ao país asiático se mantenham por muitas semanas, a dinâmica do mercado nacional deve ser impactada. Por enquanto, a indústria frigorífica vem trabalhando com redução no volume de abates, sendo que algumas unidades chegaram a conceder férias coletivas. Com o boi gordo se desvalorizando de forma mais intensa que a carne bovina, a diferença entre os preços desses produtos está em apenas R$ 1,77 por arroba (com vantagem para o boi gordo), a menor desde novembro do ano passado, quando também esteve em R$ 1,77 por arroba. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.