06/Out/2021
A tendência é altista para os preços do boi gordo no fim do ano, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, a evolução da retomada econômica e a consequente reação do consumo doméstico, além da expectativa de aquecimento das exportações. O consumo de carne bovina subiu entre as concorrentes, de 28% em 2020 para 28,8% em 2021, embora permaneça abaixo dos 31,1% observados em 2019. Outro fator de suporte seria uma menor entrega de bovinos de confinamentos em dezembro, uma vez que a atividade foi desestimulada este ano por causa dos custos elevados com ração animal e o gado de reposição. As chuvas abaixo da média e as geadas nos últimos meses degradaram as pastagens e anteciparam a entrega no mercado, elevando momentaneamente a disponibilidade de bois em agosto.
Por outro lado, o início do quarto trimestre do ano também será marcado por uma oferta represada de bovinos, como efeito dos casos do "mal da vaca louca", que fizeram confinadores postergarem a comercialização dos bois que seriam ofertados em setembro para os próximos meses. Isso pode funcionar como um fator de influência baixista nos últimos três meses do ano. Com grande quantidade de bovinos em confinamentos e com o milho ainda muito caro, o mais provável é que em outubro a maioria dos produtores ofereça seus bois para os frigoríficos, resultando em aumento de oferta. A conjuntura pode ser diferente, contudo, se a China retomar em breve as importações de carne bovina do Brasil com um apetite suficiente para absorver essa oferta de bovinos oriundos dos confinamentos. Antes dos casos da doença no País, a China estava realizando compras recordes.
Em agosto, por exemplo, pela primeira vez na história as compras mensais da China ultrapassaram as 100 mil toneladas de carne bovina. O Brasil é um mercado em que a China tem muita confiança na qualidade da carne. É uma questão incerta, mas a expectativa é de que esse momento de turbulência passe rapidamente. Os casos do "mal da vaca louca", que interromperam as vendas de carne bovina para a China, encurtaram as escalas de abate da indústria de forma expressiva e levaram a uma desvalorização do boi gordo no mercado físico e no mercado futuro da B3 no terceiro trimestre do ano. Entre julho e setembro, o recuo foi de 29% no contrato mais negociado da B3. No mercado físico, em São Paulo, as perdas são de cerca de 8,4%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.