08/Out/2021
A foodtech NoMoo, especializada na produção bebidas vegetais à base de castanha de caju, prepara-se para dar um salto em produção e distribuição internacional. Até janeiro de 2022, a empresa vai inaugurar uma nova fábrica de 1,6 mil metros quadrados no Rio de Janeiro (RJ), e ampliar sua produção de 8 toneladas por mês para 100 toneladas por mês. A intenção é abocanhar uma fatia maior de um mercado de alimentos à base de vegetais no Brasil, que também atrai companhias como a chilena NotCo, gigantes como Nestlé e Danone e grandes grupos de proteínas animais como JBS, Marfrig, Minerva e BRF. Este ano, o mercado brasileiro de “leites” e “derivados” à base de plantas deve faturar R$ 184,9 milhões, uma alta de 45% ao ano desde 2016 (R$ 24,2 milhões), segundo dados da Euromonitor. Em 2026, o montante poderá beirar R$ 380 milhões.
A expansão da NoMoo é apoiada por um aporte de R$ 10 milhões, em agosto, liderado pela DXA Invest, gestora de private equity que já investiu na startup Greenpeople, de sucos e snacks saudáveis. Também houve participação da Lever VC, fundo de capital de risco americano que fez os primeiros aportes na Beyond Meat e na Impossible Foods e vem abrindo portas à NoMoo em distribuidores da Europa, Ásia e Oceania. Haverá aumento na capacidade de lançamento de produtos da NoMoo. Da fábrica atual, de 250 metros quadrados, saem “queijos” veganos similares às variedades parmesão, prato, requeijão, cheddar, “queijo” de cabra, além de creme de “leite” fresco, “manteiga” e “maionese”. No ano que vem, a empresa vai relançar o “iogurte”.
O aporte também colaborou para a contratação de executivos de vendas e marketing, vindos de Ambev e Coca-Cola, para ampliar a presença da marca no Brasil e no exterior. Hoje, os produtos da NoMoo estão nas prateleiras de 1,5 mil varejistas no País, incluindo Big, Carrefour e Pão de Açúcar. A chegada ao exterior começou em fevereiro, por Miami (EUA), e seguiu para Portugal, em setembro. A meta da empresa é aumentar o faturamento com exportações para 20% até o fim de 2022. Hoje, a fatia é de 8%. A NoMoo foi criada em 2016 para produzir “queijos” veganos. A empresa quebra a molécula grande de açúcar da bebida vegetal a base de castanha de caju em moléculas menores, com o tamanho similar às da lactose, que são consumidas pelas mesmas bactérias, gerando uma fermentação idêntica.
Ser uma empresa mais “food” do que “tech” é um diferencial da NoMoo. A “maionese” da marca é refrigerada, para evitar componentes que podem causar doenças, como tem sido feito com as “maioneses” vendidas pela varejista norte-americana Whole Foods. As castanhas de caju vêm de três grandes fornecedores da Região Nordeste. Tornar os preços mais acessíveis também é uma meta da empresa com o aumento da produção. Hoje, um “leite” vegetal custa até cinco vezes ou mais do que um de origem animal. A “manteiga” da NoMoo custa R$ 17,00 para o consumidor (70% mais do que uma marca tradicional). O objetivo é tornar o preço mais acessível com o ganho de escala. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.