11/Out/2021
O mercado físico do boi gordo se move conforme as expectativas quanto à retomada do fluxo de exportações de carne bovina brasileira à China. Por enquanto, pouco negócios têm sido fechados, com falta de interesse dos frigoríficos, sobretudo os exportadores, mas também dos pecuaristas, que aguardam preços mais remuneradores para o boi gordo. Desde que os dois casos atípicos do "mal da vaca louca" foram identificados no País e os embarques à China foram suspensos, o boi gordo tem seguido uma trajetória baixista, que se intensificou nesta semana. O período de embargo, de mais de um mês, surpreendeu o mercado, que esperava uma resolução semelhante à de 2019, quando a interrupção das vendas por causa da doença durou apenas 13 dias. Entre os frigoríficos, há um temor de que os lotes de carne bovina que seriam exportados tenham que ser recolocados no mercado doméstico, o que levaria a uma pressão sobre os preços do produto.
Mas, internamente, o consumo também não dá sinais de reação, o que desanima e desestimula a atividade nas plantas frigoríficas. Grande parte delas chegou a decretar férias coletivas neste último mês, de modo a reduzir a capacidade produtiva durante a ausência do principal importador do produto brasileiro. A ponta vendedora virou refém de um cenário desanimador em termos de preços, ao menos no curtíssimo prazo. Há pecuaristas que afirmam já ter bois com mais de 140 dias no cocho e precisam dar saída ao lote. Os elevados custos com nutrição animal não permitem reter lotes quando esses atingem o peso ideal para abate. Em alguns casos, outros pecuaristas entregam os bovinos antes mesmo de alcançarem esse ponto devido à baixa disponibilidade e altos preços de alguns tipos de ração. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 276,00 por arroba à vista. Em Minas Gerais, o valor é de R$ 264,00 por arroba à vista.
O escoamento lento de carne, que afeta o alongamento das escalas, pressiona os preços das três categorias destinadas ao abate. Em Tocantins, a cotação é de R$ 270,00 por arroba à vista. Em Rondônia, o boi gordo está cotado a R$ 268,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso, o boi gordo é negociado a R$ 268,00 por arroba à vista, quanto em Goiás, a cotação é de R$ 271,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, as expectativas de recuo nos preços dos principais cortes bovinos se confirmam. A lentidão no escoamento da produção só foi minimizada mediante a sinalização de preços mais baixos. Em pleno começo de mês, o fluxo das vendas se mostra inferior ao esperado, ao mesmo tempo em que a indústria frigorífica procura balizar a oferta existente à demanda vigente. Com isso, a ponta da agulha passou de R$ 15,60 por Kg para R$ 14,10 por Kg. O dianteiro tem ajuste de R$ 15,60 por Kg para R$ 15,10 por Kg. O traseiro do boi está cotado a R$ 22,60 por Kg.