14/Out/2021
Apesar da suspensão dos envios de carne bovina à China no início do mês passado, após os registros de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), ou “mal da vaca louca”, o país asiático ainda se mantém como principal destino internacional da proteína brasileira. Inclusive, em setembro, os envios à China foram recordes, o que sustentou as exportações brasileiras a volumes também recordes. Outros importantes destinos da carne brasileira têm sido o Chile e os Estados Unidos, que ocuparam, respectivamente, o terceiro e o quarto lugares nas vendas externas. Os primeiro e segundo lugares ainda são ocupados por China e Hong Kong, respectivamente.
Em setembro, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que 112 mil toneladas tiveram como destino apenas a China, 5,8% a mais que em agosto deste ano e quase 60% superior à quantidade de setembro/2020. Esse volume é tão alto que representa mais que toda a quantidade escoada pelo Brasil a todos os destinos em janeiro (103,7 mil toneladas) e em fevereiro deste ano (102,1 mil toneladas). Diante disso, a participação da China no total de carne bovina exportada pelo Brasil cresceu de 50,37% em agosto para quase 53% em setembro. Em 2021, já foram enviadas 708,20 mil toneladas da carne bovina ao país asiático, contra 600,79 mil toneladas no mesmo período do ano passado, aumento de 18%.
Agentes do setor indicam que esse volume recorde em setembro pode ser resultado de uma quantidade represada nos portos em meses anteriores, devido a problemas logísticos e à falta de contêineres. Já quanto à carne nacional enviada à China, agentes ainda não sabem se o país asiático irá internalizar o produto. Chama atenção, também, a constante alta nos preços pagos pelos chineses pela carne brasileira ao longo deste ano. Esse avanço nos valores pode sinalizar uma dependência pela carne brasileira e dificuldades em encontrar carne mais barata ao redor do mundo. Em janeiro, o preço pago pela China pela da carne bovina estava em US$ 4,64 por Kg, passando para US$ 6,13 por Kg em setembro, um recorde e elevação de 32,13% frente ao início deste ano.
Em relação a setembro/2020, o aumento é de expressivos 46,03%. O segundo maior destino da carne brasileira é Hong Kong. Em setembro, foram 19 mil toneladas embarcadas ao destino asiático, 27% a menos que no mesmo mês de 2020. De janeiro a setembro, as vendas para Hong Kong somam 174,71 mil toneladas, queda de 26,57% frente ao mesmo período de 2020. Na sequência estão Chile e os Estados Unidos que, em setembro, foram destinos de 11,9 mil toneladas e de 10,87 mil toneladas, respectivos crescimentos de 23% e de 78,3% sobre os volumes do mesmo mês de 2020.
No balanço deste ano, as vendas ao Chile somam 74,5 mil toneladas e aos Estados Unidos, 77,3 mil toneladas, sendo, respectivamente, 24% e significativos 90,46% a mais que o mesmo período de 2020. As exportações de carne bovina in natura fecharam a segunda semana de outubro somando 30,43 mil toneladas, com média diária de 5,72 mil toneladas, 37,65% inferior à de outubro/2020, o que pode estar atrelado às suspensões dos envios à China. Caso esse ritmo se mantenha, o volume embarcado neste mês pode totalizar 100 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.