21/Out/2021
O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira subiu 0,99% entre agosto e setembro na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo). De janeiro a setembro, o COE avançou 15,75%. Os aumentos nos custos de produção seguem influenciados pelas altas dos adubos e corretivos, dos combustíveis e de rações e concentrados. Quanto aos adubos e corretivos, a maior demanda devido ao início do plantio da safra 2021/2022 e a escassez de matéria-prima para a fabricação desses insumos elevaram as cotações por mais um mês. O cenário tem sido agravado pela crise energética na China e na Europa, que vem dificultando a produção de fertilizantes, reduzindo a oferta global.
Além disso, o dólar forte e os custos logísticos impulsionam ainda mais as cotações internas. De agosto para setembro, os adubos e corretivos se valorizaram 3,71%, sendo o nono mês consecutivo de alta. No acumulado do ano, esse grupo acumula expressiva valorização de 47,85% na “Média Brasil”. Os combustíveis registraram avanço de 2,79% em setembro na “Média Brasil” e, no ano, de 38,54%. Os aumentos, que encarecem o custo das operações mecânicas nas propriedades, estão atrelados especialmente à valorização do petróleo no mercado internacional, que é a mais significativa desde 2018. As altas nos grupos dos combustíveis e dos fertilizantes já elevam os custos das silagens produzidas no próximo ano.
O grupo das rações e concentrados, por sua vez, registrou aumentos de 1,21% e de 15,09% nas comparações mensal e anual na “Média Brasil”. Os estados de Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo registraram os avanços mais expressivos em setembro, de 5,27%, 1,55% e 0,31%, na mesma ordem. Quanto à relação de troca entre o leite e o milho, foram necessários 38,80 litros de leite para a aquisição de 1 saca de 60 Kg do cereal (Indicador do milho ESALQ/BM&F Campinas-SP) em setembro, contra 41,81 litros no mês anterior. Essa relação de troca esteve ainda mais favorável ao produtor de leite comparando-se à média dos últimos 12 meses, de 40,78 litros por saca de 60 Kg de milho. Esse cenário está atrelado ao aumento no preço médio do leite pago ao produtor, e principalmente à desvalorização de 6,3% do milho em setembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.