21/Out/2021
Os preços dos principais componentes utilizados na ração da suinocultura, o milho e o farelo de soja, estão em queda no mercado brasileiro, ao passo que as cotações do suíno vivo registram alta na parcial deste mês. Esse cenário vem favorecendo o poder de compra de suinocultores em outubro. A maior procura por novos lotes de suínos para abate, verificada especialmente no início do mês, elevou os preços do suíno vivo no mercado independente. Na parcial de outubro, o suíno vivo negociado na região produtora de São Paulo (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) registra média de R$ 7,46 por Kg, avanço de 6,8% frente à média de setembro.
Em Santa Catarina, na região oeste, a valorização na parcial de outubro é de 5,7%, com o suíno cotado, em média, a R$ 6,91 por Kg. Quanto ao farelo de soja, as estimativas indicando maior relação estoque/consumo final na safra 2021/2022, em termos mundiais, e o clima favorável à colheita de soja nos Estados Unidos e à semeadura da oleaginosa em grande parte do Brasil mantêm compradores nacionais do grão e do derivado afastados das aquisições no spot. Esses agentes têm expectativas de adquirir lotes a preços menores. Dessa forma, o movimento tem sido de queda nos preços. Em São Paulo, na região de Campinas, o farelo de soja registra média de R$ 2.387,28 por tonelada na parcial de outubro, recuo de 0,5% frente a setembro.
Em Santa Catarina, na região de Chapecó, o derivado apresenta desvalorização de 2,5% no período, indo a R$ 2.197,78 por tonelada na média da parcial do mês. Diante disso, considerando-se o suíno comercializado na região produtora de São Paulo o farelo de soja na região de Campinas, cálculos indicam que o poder de compra do produtor de São Paulo frente ao insumo cresceu 7,3% de setembro para parcial de outubro, sendo possível, neste mês, a aquisição de 3,12 Kg do derivado com a venda de 1 Kg de suíno. Para o produtor de Santa Catarina, na mesma comparação, o avanço no poder de compra é de 8,3%, possibilitando a aquisição de 3,15 Kg de farelo com a venda de 1 Kg de suíno.
No caso do milho, apesar da quebra de produção na safra 2020/2021, os consumidores mantêm baixo o interesse de aquisição de novos lotes, de olho na melhora do clima, que tem favorecido a temporada de verão (1ª safra 2021/2022) no Brasil. Além disso, os demandantes estão atentos à colheita e à expectativa de estoques maiores na atual temporada dos Estados Unidos. Somado a isso, há vendedores que precisam liberar armazéns para limpeza e organização da safra verão (1ª safra 2021/2022) ou, em algumas regiões, para entrada do trigo, o que também acaba reforçando a pressão sobre os valores do insumo. Na parcial deste mês, o milho registra média de R$ 91,00 por saca de 60 Kg na região de Campinas (SP), queda de 1,6% frente à de setembro.
Em Chapecó (SC), a queda é de 2,4%, com o cereal negociado na média de R$ 93,23 por saca de 60 Kg. Dessa forma, os produtores de São Paulo e de Santa Catarina conseguem adquirir respectivos 4,92 Kg e 4,45 Kg de cereal com a venda de 1 Kg de suíno vivo, quantidades 8,4% e 8,2% superiores às registradas em setembro. Apesar da melhora na relação de troca nesta parcial de outubro, é válido ressaltar que, no comparativo anual, o cenário tanto para o suinocultor paulista quanto catarinense ainda é desfavorável frente a ambos os insumos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.