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28/Out/2021

Pastagem domina áreas de desmate na Amazônia

De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), lançado nesta quarta-feira (27/10), o qual mostra o avanço do desmatamento nessas áreas na última década e seu peso para o agravamento das mudanças climáticas, as áreas de pastagem ocupam 75% do que foi desmatado nas terras públicas não destinadas da Amazônia, boa parte resultante de grilagem, prejudicando o setor pecuário com ilegalidade. Entre 1997 e 2020, um total de 21 milhões de hectares foram destruídos, ou 8% dos 276,5 milhões de hectares de florestas públicas existentes da Amazônia Legal. É uma área maior do que o Paraná. A emissão de gases estufa associada é de 10,2 giga toneladas de CO2, correspondendo a cinco anos de emissões brasileiras.

A grilagem é um fator de risco para o equilíbrio climático do planeta, e ainda carrega para o setor da pecuária dois problemas: ilegalidade e mais emissões de gases do efeito estufa. A análise mostra que 44% do desmatamento nos dois últimos anos (2019 e 2020) na Amazônia ocorreu em terras públicas. Terras indígenas e unidades de conservação, ainda que sob intensa pressão, mostram os menores índices de desmatamento: somente 1% e 2% de suas áreas totais, respectivamente, foram convertidas para outros usos. Já a conversão da floresta em pasto é regra em terras devolutas e florestas não destinadas, muitas vezes seguida por um Cadastro Ambiental Rural (CAR) irregular, numa tentativa de emular posse da terra para venda ou para usufruto. Atualmente, existem 16 milhões de hectares de florestas públicas não destinadas declarados como propriedade privada dentro do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural, e 15,2 milhões de hectares nas outras terras não destinadas.

O desmatamento nas áreas com CAR foi 59% maior no período 2016 a 2020 em relação ao período anterior, de 2011 a 2015. Depois do desmatamento, um quarto da área é abandonado e começa a apresentar indícios de regeneração. O restante vira pasto e continua até hoje. Nos últimos dez anos, percebe-se que o pasto permaneceu nessas áreas públicas, ou seja, houve algum tipo de investimento. Frigoríficos e varejistas, com o auxílio do Ministério Público e de governos federal, estaduais e municipais, poderiam investir em tecnologias para mapear todas as fazendas de fornecimento, dando escala a iniciativas inovadoras como "Boi na Linha", GT Rastreabilidade do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Grupo de Trabalho de Fornecedores Indiretos (GTFI), "Selo Verde", entre outras. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.