29/Out/2021
O ritmo de negócios no mercado físico do boi gordo ainda evolui a passos lentos, em meio ao afastamento das indústrias das compras. Com as escalas de abate mais alongadas e uma demanda por carne bovina enfraquecida, os frigoríficos reduzem a procura por bois terminados e se mantêm cautelosos, à espera da liberação das exportações para a China. Do lado do mercado externo, o escoamento da proteína bovina para a China, principal importador da carne brasileira, segue interrompido. Enquanto isso, no mercado doméstico, as vendas se mantêm irregulares, em razão da crise econômica. A conjuntura de baixa liquidez ainda favorece um ambiente de fragilidade nos preços do boi gordo. Porém, a entrada de oferta de bovinos oriundos do segundo giro de confinamento pode facilitar a ocorrência de novos acordos em algumas regiões pecuárias. Por enquanto, a tendência observada para os preços do boi gordo ainda é baixista.
O que deve destravar o mercado e levar as cotações de volta ao patamar de normalidade para esta época do ano é a retomada dos embarques de carne bovina para a China, ainda sem previsão, conforme autoridades brasileiras. Na terça-feira (26/10), rumores de que o país asiático teria liberado a primeira carga de carne bovina brasileira embarcada após o dia 4 de setembro, quando a suspensão foi definida, mexeu com os mercados. Mas, a informação foi negada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A carga em questão não procedeu com o despacho, conforme informações obtidas por um importador chinês. Em São Paulo, o mercado físico do boi gordo registra novas quedas. A cotação é de R$ 257,00 por saca de 60 Kg à vista e R$ 263,00 por arroba a prazo. O maior volume de boiadas ofertadas permitiu escalas de abates confortáveis e desse modo os compradores estão endureceram nas negociações. No Maranhão, o boi gordo está cotado a R$ 257,00 por arroba.
No Paraná, a cotação é de R$ 279,50 por arroba à vista. Neste Estado, os frigoríficos exportadores possuem escalas prontas até dia 8 de novembro. O que tem limitado as compras, além da situação da China, são preocupações com a disponibilidade de contêineres. Além disso, as indústrias que produzem carne bovina para o mercado interno também reduziram a procura por gado terminado. Em Mato Grosso, o boi gordo é negociado a R$ 248,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos se mantêm estáveis. O traseiro está cotado a R$ 21,40 por Kg. O dianteiro e a ponta da agulha estão cotados a R$ 13,10 por Kg. O ritmo das vendas da carne ainda está irregular, o que preocupa o setor, que aguarda uma retomada das negociações nos próximos dias, com a chegada do mês de novembro. A virada de mês traz uma perspectiva de melhora no consumo, especialmente em virtude do pagamento da primeira parcela do 13º salário, o que estimula o aumento nas compras da proteína bovina.