01/Nov/2021
O "fator China" continua determinante para as perspectivas da pecuária brasileira em 2022. Com o mercado doméstico enfraquecido pela crise econômica e as exportações de quase 16% da produção de carne bovina travadas por causa do embargo chinês, o cenário, formado, também, por custos em alta e desestímulo aos investimentos, é mais desafiador. A tendência é de que os custos continuem a subir no primeiro semestre de 2022, os preços de medicamentos e nutrição devem subir até 5%, e devem se dissipar ao longo do ano. Quem investe consegue diluir as despesas e tem economia de escala.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), se muitos agentes se retraírem, o confinamento tende a ser positivo. É necessário olhar a fazenda como uma empresa, que, com boa gestão de custos e de comercialização do gado, pode enfrentar um cenário de incertezas. Deve haver redução de margens aos pecuaristas. Desde 2017, o setor não vive mais "anos normais" e a saída da China trouxe a volatilidade do mercado de grãos para a pecuária. É um mercado desafiador. A ausência da China será sentida, pois o setor está sujeito ao mercado internacional e com o mercado interno deprimido por causa da crise econômica.
O fator China era o que estava precificando o mercado e dando alento ao pecuarista. Se a China voltar e o mercado se acomodar, haverá investimentos. O desafio será maior na oferta de bovinos. É preciso agir para que o pessimismo que tomou conta do segmento não leve à redução dos investimentos, movimento que comprometeria a oferta futura. Será um desafio ter bois terminados a pasto para entregar em janeiro. A restrição é reflexo dos problemas climáticos em áreas de pastagens ocorridos neste ano. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.