11/Nov/2021

Os embarques de carne suína recuaram em outubro após terem atingido volume recorde em setembro. Mesmo com a demanda externa aquecida, a crise logística mundial provocada pela escassez de contêineres tem atrasado e limitado os envios brasileiros ao exterior. Agentes do setor suinícola relatam que o desempenho das vendas externas de outubro poderia ter sido ainda superior ao registrado em setembro caso não fossem esses gargalos logísticos. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou 97,6 mil toneladas de carne suína em outubro, volume 11,9% menor que o de setembro, mas ainda 11,5% acima do de outubro de 2020.

De janeiro a outubro deste ano, 955,3 mil toneladas de carne suína foram exportadas pelo Brasil, volume 13,3% maior que o escoado no mesmo período de 2020 e um recorde para o período. O incremento nos embarques entre 2020 e 2021 vem sendo impulsionado especialmente pela demanda chinesa, que passou a ser o principal destino internacional da carne suína brasileira. Apesar da importância, em outubro, os envios ao país asiático chegaram ao menor volume em nove meses, somando apenas 37,3 mil toneladas, 30,1% abaixo da quantidade de setembro e 19,7% inferior ao volume de outubro/2020. Exportadores associam o forte recuo das vendas à China à falta de contêineres.

Para os próximos meses, as expectativas do setor são mistas. Parte dos agentes acredita que o ritmo dos embarques siga aquecido, fundamentada especialmente em uma notificação feita pela China à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), indicando novos casos de peste suína africana (PSA) no país em outubro, contexto que pode favorecer as vendas brasileiras. A China não vinha notificando novos casos da doença desde maio de 2019. Vale lembrar que a PSA resultou em abate de metade do rebanho de suínos chinês. Por outro lado, outros agentes brasileiros temem desaquecimento nas vendas externas nos próximos meses, devido justamente à falta de contêineres, que é uma situação que não tem previsão para ser revertida. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.