11/Nov/2021
Diante da suspensão dos envios de carne bovina à China, Hong Kong voltou a se configurar como o maior destino da proteína nacional em outubro, tendo recebido 19,3 mil toneladas de carne bovina, contra apenas 8,2 mil toneladas pela China. Esse protagonismo de Hong Kong não era verificado desde julho de 2019, quando a região asiática recebeu 31,6 mil toneladas da carne brasileira, e a China, 28,4 mil toneladas, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior. Vale lembrar que a China se manteve como o maior e mais importante destino da carne brasileira entre agosto de 2019 e setembro de 2021, com o volume saltando de 37 mil toneladas em meados de 2019 para mais de 112 mil toneladas em setembro deste ano.
Ao longo de 2021, Hong Kong recebeu 194,01 mil toneladas de carne bovina brasileira, o que representa 12,17% do total exportado pelo Brasil no período. Essa participação de Hong Kong está abaixo das verificadas nos mesmos períodos de anos anteriores. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a outubro de 2019, foram enviadas 284,43 mil toneladas de carne brasileira a Hong Kong, e em 2020, 262,45 mil toneladas, correspondendo respectivamente por 19,45% e 15,93% das exportações totais. Essa diminuição dos envios a Hong Kong observada nos últimos anos, por sua vez, se deve especialmente ao elevado preço da carne brasileira. Vale lembrar que esse destino asiático tem como preferência a carne de dianteiro, que é mais barata, ao contrário da China, que vinha comprado praticamente o boi inteiro, com caraterísticas que possibilitavam o pagamento de prêmios.
Para a China, de janeiro a outubro, o Brasil exportou expressivos 716,40 mil toneladas de carne bovina, representando 44,92% das vendas totais da proteína. No mesmo período de 2019, a participação chinesa era de 21,81% (somando 319 mil toneladas nos 10 primeiros meses daquele ano), e em 2020, subiu para 41,6% (com 685,36 mil toneladas). Isso evidencia que a China vinha elevando com força as compras do Brasil. Por sua vez, o setor pecuário nacional investiu em tecnologia, visando produzir e ofertar bois mais pesados e de mais qualidade, sobretudo ao aquecido e crescente mercado asiático. Os terceiro e quarto maiores destinos da carne brasileira de janeiro a outubro de 2021 são Egito e Estados Unidos, que representaram respectivos 5,52% e 5,59% das vendas externas de carne bovina do Brasil.
Chama a atenção especialmente o mercado norte-americano, que, em outubro, elevou as compras em 23,2% frente ao mês anterior, somando 13,406 mil toneladas, atrás apenas de Hong Kong e do Chile. Os embarques brasileiros de carne bovina in natura somaram 15,797 mil toneladas nos primeiros 3 dias úteis de novembro, tendo, portanto, média diária de 5,265 mil toneladas, bem abaixo da verificada no mesmo mês de 2020, de 8,38 mil toneladas. Caso esse ritmo seja mantido até o encerramento deste mês, a quantidade pode voltar a ficar acima das 100 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.