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18/Nov/2021

Lácteos: expectativas do setor para o final de 2021

Os últimos 60 dias não tem sido fáceis para o mercado lácteo brasileiro. A disputa entre indústria e varejo pelos preços dos derivados não tem sido vantajoso para os laticínios, que conviveram com consecutivas quedas nos preços praticados nas vendas aos varejistas nestes últimos períodos (no UHT, foram 8 semanas seguidas de menores preços, na muçarela, 12 semanas). O movimento foi repassado nas negociações por matéria-prima, e o produtor recebeu menos em outubro pelo leite entregue em setembro (recuo de cerca de R$ 0,05 por litro), assim como vem acontecendo em novembro, pelo leite entregue em outubro (as prévias indicam queda de mais R$ 0,15 por litro). No mercado spot, o preço do produto despencou. Este não é o cenário esperado pela cadeia láctea.

Diante de custos de produção do leite tão elevados no campo, há muita preocupação. Ainda que a situação não seja fácil, existem alguns sinais que podem tornar o momento menos ruim. A inflação nominal acumulada em 12 meses é bem menor do que já foi: o preço do UHT em janeiro, se comparado ao de janeiro de 2020, era 30% superior. O preço de outubro, se comparado a outubro do ano passado, é 4% maior. No caso da muçarela, em janeiro a discrepância contra o ano anterior era de 34%. Em outubro, 3,5%. Menor inflação tende ser incentivadora de consumo na ponta. O varejo começou a “virar” o sinal de repasse ao consumidor: desde a 3ª semana de maio, os preços do UHT, em comparação a 4 semanas anteriores, eram maiores.

Na 4ª semana de outubro, esta comparação mostrou preços 1,5% menores (em relação a 4 semanas antes). O varejo praticando preços menores deve estimular o preço de equilíbrio para que consumo volte a acontecer. A oferta é apertada, apesar da sazonalidade indicar maior produção neste último trimestre, o aperto na rentabilidade deve fazer com que a produção venha aquém do esperado. Além disso, o cenário externo indica momento propício para exportações e difícil para importações. Caso estes sinais se confirmem, a tendência é de que haja menos incentivos a quedas nos preços a partir de dezembro. Nas negociações mais recentes entre indústria e varejo, ao menos para o UHT, já existiram relatos mais otimistas. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.