24/Nov/2021
A movimentação no mercado físico está firme, com indústrias na busca por gado terminado, apesar da segunda quinzena do mês, que costuma registrar uma queda no consumo doméstico de carne bovina. O estímulo vem das vendas do atacado e do varejo, que continuam evoluindo com a demanda aquecida nesta época do ano, em função do pagamento de parcela do 13º salário e da proximidade das festas de fim de ano. Porém, os frigoríficos têm sido forçados a pagar preços mais altos pelos bovinos por causa de uma escassez de oferta, motivada por um movimento de retenção por parte de pecuaristas. Embora unidades de abate que produzem para o mercado interno estejam retomando as operações com ritmo mais intenso, aquelas habilitadas a exportar para a China seguem pulando dias de abate e com capacidade produtiva reduzida, sem uma sinalização de retorno dos embarques aos chineses.
Os pecuaristas tentam reverter os prejuízos contabilizados nos últimos dois meses, postergando a comercialização dos lotes de gado para tentar remuneração mais alta pela arroba. Ainda assim, os produtores se encontram com poucos bois. Grande parte dos lotes confinados já foi entregue, visto que reter tais bovinos acarretaria prejuízos tanto em função dos elevados preços das rações como pela baixa disponibilidade destas. Quanto às exportações, os embarques diários de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada nos primeiros 12 dias úteis de novembro ainda seguem abaixo da média observada no mesmo mês do ano passado. Mas, os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam uma evolução ante outubro deste ano.
Em São Paulo, os preços seguem firmes e o boi gordo está cotado a R$ 308,50 por arroba à vista e a R$ 315,00 por arroba a prazo. Em Minas Gerais, a cotação é de R$ 303,00 por arroba à vista. Em Tocantins, o boi gordo é negociado a R$ 280,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 308,00 por arroba à vista. Em Rondônia e no Paraná, o boi gordo está cotado a R$ 293,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os cortes do traseiro permanecem cotados a R$ 23,10 por Kg; a ponta da agulha está cotada a R$ 15,60 por Kg; e o dianteiro é negociado a R$ 17,10 por Kg. O ritmo das vendas segue consistente. Isso, associado à oferta restrita de mercadoria, tem gerado suporte a firmeza dos preços da carne, visto que distribuidores e varejistas seguem realizando reposição depois do aperto em seus estoques na semana anterior, quando houve feriado prolongado.