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17/Jan/2022

Leite: estiagem afeta a produção leiteira do RS

A seca prolongada no Rio Grande do Sul fez com que o milho, que é a base da silagem usada como alimentação do rebanho, virasse praticamente só "palha". Sem conteúdo nutricional suficiente, a produtividade diminuiu mais de 20% em fazendas de gado leiteiro do Estado. Os produtores estão comprando bagaço de frutas, como laranja e maçã, normalmente utilizados para concentrados (rações). Isso não impediu que a produtividade por bovino continuasse a cair. Segundo a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul, em propriedades tradicionais, a produção por vaca, que era de 37 litros ao dia, passou a ser de cerca de 30 litros ao dia, um declínio de 23%. Nas regiões de serra, não vale a pena investir em infraestrutura de irrigação para o milho cultivado que alimenta o rebanho. Os produtores têm se reunido com representantes de órgãos públicos para buscar soluções para o problema.

Recentemente, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Rio Grande do Sul calculou que a queda da captação de leite é da ordem de 1,6 milhão de litros por dia. Somados, os três Estados da Região Sul produzem 12 bilhões de litros ao ano, volume superior ao de Minas Gerais, o líder do ranking, que produziu 9,7 bilhões em 2020, segundo os dados mais recentes da Embrapa Gado de Leite. A falta de chuvas tem afetado a pecuária leiteira no Rio Grande do Sul nos últimos quatro anos. No dia 13 de janeiro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitou regiões do Estado com uma comitiva para avaliar os estragos causados pelo clima. Representantes do agronegócio e governo estadual pediram à Pasta a aquisição de leite emergencial via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para impedir a queda do preço pago ao produtor.

Em um documento assinado por Fetag-RS, Farsul, Fecoagro, Federarroz e Aprosoja, as entidades solicitaram também que todas as dívidas de custeios e investimentos prestes a vencer sejam adiadas por, pelo menos, 180 dias. Segundo a Emater-RS, 200 municípios do Rio Grande do Sul já decretaram situação de emergência em decorrência da estiagem. Até o dia 9 de janeiro, 195 mil propriedades rurais registraram perdas causadas pela falta de chuvas. O Rio Grande do Sul quer ainda a concessão de bônus adimplência para a liquidação da parcela de custeio pecuário que vencerá em 2022, a oferta de grãos de milho via Programa de Vendas em Balcão da Conab, a ampliação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da soja para permitir que o produtor que ainda não conseguiu realizar a semeadura possa se enquadrar no Proagro e no Seguro Rural, entre outros pontos. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.