21/Fev/2022
No primeiro mês de 2022, os custos de produção da pecuária leiteira avançaram, enquanto a receita recuou, cenário que pressionou as margens de produtores. O COE (Custo Operacional Efetivo) avançou 1,68% em janeiro na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo). Os grupos de custos que mais influenciaram essa alta no primeiro mês de 2022 foram os Suplementos Minerais, com elevação de 2,54%, seguido dos Medicamentos Antibióticos (+ 2,35%), Adubos e Corretivos (+0,89%) e Concentrados (+0,57%). O item Mão de Obra também impulsionou o aumento nos custos, com alta de 8,21% na “Média Brasil” entre dezembro e janeiro, devido à correção do salário-mínimo nacional de R$ 1.100,00 para R$ 1.212,00.
Diante desse cenário, a receita caiu, o que pressionou as margens dos produtores de leite no início deste ano. Quanto ao grupo de Suplementos Minerais, os preços dos fretes e de produtos como vitaminas e fosfatos continuam sendo os responsáveis pelos reajustes positivos. Dentre os Estados pesquisados, Minas Gerais foi o que apresentou o avanço mais expressivo no período, de 5,41%, seguido de Santa Catarina (+1,97%) e São Paulo (+1,73%). O grupo de Adubos e Corretivos registrou alta de 0,89% em janeiro na “Média Brasil”, sendo o 12º mês consecutivo de aumento para esse item. Neste caso, o impulso está atrelado à restrição de oferta das matérias-primas essenciais (como potássio, fosfato e ureia), ao dólar elevado e ao encarecimento dos fretes. Na “Média Brasil”, os concentrados registraram valorização de 0,57% em janeiro, reflexo do aumento nos preços dos grãos.
A seca na Região Sul e o excesso de chuvas no Centro-Norte do Brasil trouxeram incertezas quanto à produtividade da safra 2021/2022, elevando os preços, além dos baixos estoques internos. Em janeiro, a média do Indicador ESALQ/BM&F Paranaguá da soja subiu 5,53% e, para o milho, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) avançou 9,10%. Os Estados com as altas mais significativas para os concentrados foram São Paulo (+5,43%), Santa Catarina (+2,00%) e Goiás (+1,49%). Em janeiro, o poder de compra do produtor de leite frente ao milho diminuiu em razão da valorização do cereal. Em Campinas (SP), foram necessários 45,53 litros para a aquisição de 1 saca de 60 Kg do milho, contra 41,50 litros no mês anterior. O preço do leite (Média BR), por sua vez, recuou 0,55%, indo de R$ 2,12 em dezembro/2021 para R$ 2,10 em janeiro/2022. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.