24/Fev/2022

Os preços do boi gordo seguem firmes no mercado brasileiro. Em São Paulo, o preço médio do boi gordo opera acima dos R$ 330,00 por arroba desde o início deste ano. Já os valores dos bovinos para reposição (bezerro nelore, de 8 a 12 meses, representado pelo Indicador ESALQ/BM&F, Mato Grosso do Sul) estão enfraquecidos. Esse contexto vem favorecendo pecuaristas que realizam recria-engorda, que, vale lembrar, atravessaram recentemente (em outubro de 2021) a pior relação de troca da série histórica do Cepea (iniciada em fevereiro de 2000). Considerando-se a média da parcial de fevereiro, o boi gordo é negociado em São Paulo a R$ 339,87 por arroba, com alta de 12,64% em relação ao mesmo mês de 2021.

O bezerro de Mato Grosso do Sul é comercializado a R$ 2.847,87 por cabeça neste mês, com queda de 9,53% frente à média de fevereiro do ano passado. Para esses cálculos, foram consideradas todas as médias em termos reais, deflacionadas pelo IGP-DI. Diante disso, o pecuarista precisa, em fevereiro, de 8,38 arrobas de boi gordo paulista para a compra de 1 bovino de reposição em Mato Grosso do Sul, quantidade 8,73% menor que a necessária em fevereiro do ano passado (9,18 arrobas). Trata-se, também, da relação de troca mais favorável ao pecuarista que faz recria-engorda desde janeiro de 2020, quando foram precisas 8,25 arrobas (São Paulo) para a compra de 1 bovino de reposição em Mato Grosso do Sul.

Em outubro do ano passado, quando a relação de troca atingiu o pior momento da série histórica ao produtor recriador, foram necessárias 10,27 arrobas para a aquisição de 1 bezerro. Como comparação, a média histórica do Cepea da relação de troca de boi gordo por um bezerro é de 7,71 arrobas. Ou seja, apesar da recente melhora, o período atual ainda está 8,67% pior ao pecuarista frente à média. É provável que os preços do boi gordo sigam firmes ao longo de 2022, especialmente devido à aquecida demanda internacional. Já os valores da reposição podem se enfraquecer em determinados momentos do ano, tendo em vista a retomada da produção de bezerros, que vem sendo verificada há cerca de dois anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.