21/Out/2022
A introdução de pratos de “carne” vegetariana nos cardápios de churrascarias de Paris, na França, com nomes como “lombo” e “fraldinha” representa um desafio aos esforços do governo francês, que havia proibido o uso de nomes de carne para produtos à base de plantas. O mercado global de alimentos semelhantes à carne à base de vegetais está crescendo, atraindo grandes investimentos de grupos agroalimentares globais que esperam capitalizar uma tendência de alimentação saudável, incluindo menos carne vermelha. E as novas tecnologias estão tornando esses produtos cada vez mais autênticos e apetitosos. Os produtos da Redefine Meat fizeram sua estreia em um restaurante parisiense nesta semana, depois que a startup israelense fechou um acordo com a importadora Giraaudi Meats para impulsionar a distribuição europeia de seus cortes de bife “New Meat” produzidos em impressoras 3D.
No entanto, o governo francês, apoiado por agricultores e pela indústria da carne, vem tentando proibir o uso de nomes de carne e peixe para alimentos proteicos à base de plantas, em um esforço para evitar confusão sobre as alternativas de carne da moda. O mais alto tribunal administrativo da França suspendeu uma proibição do governo que deveria entrar em vigor neste mês, dizendo que dava às operadoras muito pouco tempo para se adaptar. O Ministério da Agricultura afirmou que está trabalhando em um novo texto levando em conta as recomendações do tribunal, sem dar um prazo. Ainda não está claro se a proibição se aplicaria a produtos importados e a menus ou se ficaria limitada a rótulos franceses. Segundo a Redefine Meat, talvez isso exija mais criatividade nos nomes que são usados, mas não impedirá os clientes.
A “carne” à base de plantas, muitas vezes feita de proteína de ervilha ou soja, atraiu investimentos maciços de gigantes agroalimentares como Nestlé ou Archer-Daniels-Midland, embora as crescentes preocupações com a inflação e a recessão tenham, recentemente, encorajado alguns consumidores a voltarem a produtos de carne animal mais baratos. A Beyond Meat, uma das principais produtoras de “carne” à base de vegetais do mundo, cortou sua previsão de receita na semana passada. A Redefine Meat vende seu New Meat em quase 1.000 restaurantes em Israel, Grã-Bretanha, Holanda e Alemanha, e atualmente eles pagam cerca de US$ 40,00 por Kg por seus “cortes de carne”. A empresa tem como meta 3.000 restaurantes até o final do ano. Produzidos pela startup israelense Redefine Meat, pratos veganos impressos em 3D foram apresentados na SIAL, encerrada no dia 19 de outubro em Paris. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.