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06/Dez/2022

Demanda por sebo bovino está aquecida no Brasil

Certamente, um dos coprodutos de importância do abate de bovinos é o sebo (não é mais politicamente correto identificar os resíduos da indústria frigorífica como resíduos). O couro, também um coproduto do abate, todos conhecem. O couro é consumido no vestuário, em estofamentos, na confecção de calçados, na produção de gelatinas e colas etc. Mas, e o sebo? O sebo vai para a produção de biodiesel e para a indústria de higiene e limpeza. Pensando nisso, está praticamente impossível ser vegano, pois inadvertidamente se consome algum produto de origem animal: andando de ônibus ou recebendo uma encomenda transportada por peruas movidas a diesel, lavando-se e tomando banho com sabonetes.

Que sebo, hein? No entanto, apesar do estupendo desenvolvimento da pecuária nacional, o Brasil importa sebo. O consumo nacional é tão grande que não damos conta de todo o sebo produzido internamente e ainda queremos mais. O mundo inteiro está apresentando alternativas aos combustíveis fósseis: caros, finitos e poluentes. O Brasil, eminentemente agrícola, saiu-se com combustíveis carburantes renováveis, tais como o etanol anidro e hidratado e o biodiesel. Nada mal, não é mesmo? O problema é que a substituição total dos combustíveis fósseis é difícil, se não impraticável.

Dessa forma, a composição, com a mistura de biocombustíveis com combustíveis fósseis, foi a solução. Só de aliviar a poluição atmosférica, já valeu a pena. No caso do uso de sebo bovino para biodiesel, no Brasil, existem políticas que determinam as concentrações permitidas na mistura ao óleo diesel. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), pela legislação, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determina esse teor, podendo aumentá-lo ou reduzi-lo. Atualmente, a mistura permitida é de 10%.

A procura por sebo bovino está aquecida, em virtude da alta no preço do óleo de soja, principal matéria-prima utilizada na fabricação desse biocombustível. Com relação ao setor de higiene e limpeza, o consumo de sebo aumentou para fazer frente às medidas de higiene pessoal, como precaução para a contenção da pandemia de gripe. O sebo bovino é utilizado na fabricação de sabões, sabonetes e outros produtos de higiene. Ser sebento deixou de ser sinônimo de gosmento, gorduroso e outras coisas repugnantes. Ser sebento é um elogio. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.