ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

27/Jan/2023

Ovos: oferta para mercado interno está assegurada

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) diz não haver risco de faltar ovos no mercado interno. Ao contrário de outros países que tiveram seus planteis reduzidos pela gripe aviária, o Brasil não registra a enfermidade e abastece o mercado internacional com o produto. Ainda assim, o suprimento interno está assegurado. A produção de ovos é suficiente e atende a população. A perspectiva é de que a produção brasileira neste ano fique em 52,070 bilhões de unidades, 5% abaixo do ano passado, de 54,973 bilhões de unidades. Na pandemia o consumo de ovos subiu muito, em razão dos preços frente a outras proteínas, mas hoje o mercado está estável.

As exportações de ovos in natura e processados em 2022 totalizaram 9,474 mil toneladas, queda de 16,5% ante o embarcado em igual período do ano anterior, de 11,346 mil toneladas. A queda na oferta de ovos mundo afora, mas principalmente nos Estados Unidos, Japão e União Europeia, é uma oportunidade para o País aumentar sua exposição junto a esses mercados. Hoje, o Brasil exporta apenas 1% da produção. Os Estados Unidos ainda não têm acordo sanitário com o Brasil que permita a exportação, mas já se observa o aumento na demanda de países do Oriente Médio. O apetite do Japão também aumentou. Talvez agora a União Europeia acelere o processo de acordos que foram iniciados há alguns anos. O governo está trabalhando, mas os acordos sanitários são muito demorados.

Os Estados Unidos sofrem com focos de gripe aviária que já dizimaram mais de 50 milhões de aves, o que, por consequência, afetou o fornecimento de ovos. Houve também 15 milhões de galinhas poedeiras (aquelas destinadas à produção de ovos) dizimadas no Japão. Na União Europeia, além dos custos com grãos, há também os custos com a energia. Em relação aos preços elevados na gôndola dos supermercados do País, o movimento reflete ainda as cotações dos principais insumos usados na produção de ovos, que são farelo de soja e milho, cujos preços subiram desde o começo da pandemia. E, como reflexo, o preço dos ovos também subiu. Na média, o preço do ovo aumentou 18,70% nos últimos 12 meses, três vezes acima do IPCA-15, divulgado na terça-feira (24/01).

O clima seco no País também contribuiu para menor oferta de grãos e o preço do milho chegou a quase R$ 100,00 por saca de 60 Kg. Ao todo, o aumento no custo de produção foi de 150%. O Grupo Mantiqueira complementa que o preço do ovo subiu por força de demanda e baixa oferta. Os produtores amargaram prejuízos em 2020, 2021 e em parte de 2022. Então, é lei da oferta e procura. A produção diminui e o preço aumenta. Mas isso muito por conta dos insumos, guerra na Ucrânia (que contribuíram para os preços dos grãos aumentarem), que provocaram queda na produção nacional. A ABPA argumenta que o setor esperava queda dos custos no último ano, com a 2ª safra de milho de 2022 do País que ficou positiva, mas esse movimento não aconteceu como o esperado. A soja representa 80% do custo de produção. Então, são os custos de lá atrás pesando até agora. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.