23/Fev/2023
Segundo o Itaú BBA, os casos de gripe aviária no Uruguai e na Argentina elevaram substancialmente o risco do aparecimento da doença no Brasil, dado o fato de esses países serem vizinhos. As empresas do segmento devem se preparar para períodos mais desafiadores neste ano, que poderão resultar em pressões de margens. Embora o risco maior pelo fluxo de aves migratórias seja até abril, é importante seguir vigilante passado este período. A Região Sul do Brasil é responsável por cerca de 61% dos abates de aves de corte e o caso confirmado no Uruguai está a apenas 160 quilômetros da fronteira com a região, o que acendeu um alerta. A preocupação já vinha aumentando desde a detecção na Bolívia, há poucas semanas. Na ocasião, a distância do foco era de 1.500 Km em linha reta das fronteiras brasileiras da Regiões Norte e Centro-Oeste.
Além dos três países citados, também foram relatados casos de gripe aviária no Peru, Chile, Colômbia, Equador e Venezuela nos últimos quatro meses. Pela normativa da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a ocorrência de gripe aviária em aves silvestres ou criações de subsistência não justifica restrições ao comércio internacional. Ou seja, se assim ocorresse, o Brasil não perderia o status de livre de gripe aviária. No entanto, se o surto ocorrer em granjas comerciais de frangos de corte ou ovos, há possibilidade de fechamento de mercados externos. A biossegurança e os controles rigorosos de entrada e saída nas granjas são uma prática corriqueira no setor, mas é preciso estimular ainda mais a notificação de ocorrências por produtores de forma a mitigar o risco de introdução da doença nos sistemas de produção comercial.
Exportadoras e seus representantes devem antecipar o diálogo com clientes externos para compreender quais podem ser as reações à hipótese de a doença atingir os sistemas de produção comercial. Ainda orienta que haja rápida e efetiva comunicação no mercado interno sobre o fato de que o consumo dos produtos avícolas continua seguro. Os Estados Unidos, segundo maior exportador global do segmento, foram fortemente atingidos pela doença desde o ano passado, mas não tiveram o comércio internacional obstruído. Caso a doença chegue, podendo até vir para ficar no Brasil, como parece ser o caso dos Estados Unidos neste momento, a falta de opções aos compradores externos terá que levar a um novo entendimento sobre a convivência com o problema e continuidade do comércio internacional. Caso contrário, os preços tenderão a subir muito mais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.