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24/Fev/2023

Boi: Brasil suspende exportações de carne à China

O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou comunicado, na quarta-feira (22/02), no qual informa que está adotando todas as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras, depois da confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB, também chamado de “mal da vaca louca”) em um bovino macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA). Foi feito o comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e as amostras foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico. O bovino, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local. O serviço veterinário oficial brasileiro está realizando a investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado.

Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da carne brasileira. Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China foram temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira (23/02). No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira. A interrupção das vendas para a China é voluntária seguindo protocolo assinado pelos países em 2015. Ainda não é possível prever quando o embargo vai terminar. O último embargo chinês durou mais de 100 dias.

A equipe técnica do Ministério da Agricultura está preparada e totalmente ciente da necessidade de transparência e de rápida resposta para que possa trazer segurança aos mercados consumidores e assim ser levantada a suspensão. Será a prioridade. As habilitações de novos frigoríficos brasileiros para exportar para a China, que estavam em desenvolvimento pelo governo brasileiro, também será momentaneamente suspensa. O assunto será retomado o mais rápido possível. Segundo o ministro, ele pessoalmente, a sua equipe, a diplomacia brasileira e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalharão para a breve retomada das exportações ao país asiático. Lula está disposto a agir na diplomacia e pediu atenção especial para essa situação. Se, em determinado momento, for preciso que ele participe do diálogo diplomático, ele fará para que o mais rápido possível o País possa restabelecer o mercado internacional com segurança, credibilidade e transparência.

No ano passado, as exportações de carne bovina, considerando produtos in natura e processados, geraram uma receita de US$ 13,09 bilhões (cerca de R$ 67 bilhões) ao País, uma alta de 42% em relação a 2021, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Em volume, foram exportados 2,34 milhões de toneladas da carne, avanço de 26% no comparativo anual. A China foi destino de mais da metade do produto brasileiro tanto em valores, com 60,9%, como nos volumes, com 53,3%. O “mal da vaca louca” ficou famoso mundialmente após um surto no Reino Unido durante os anos 1990, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país. A doença acomete o cérebro de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos. A enfermidade pode ser transmitida por meio da ingestão de carne contaminada e pode, inclusive, levar seres humanos à morte. Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil ocorreram em 2021, em Minas Gerais e em Mato Grosso.

Na ocasião, os registros também foram atípicos, mas a China, maior comprador de carne do Brasil, suspendeu a aquisição de carne bovina brasileira por mais de 100 dias, de 4 de setembro a 15 dezembro daquele ano, o que resultou na queda dos embarques brasileiros do produto. Segundo Carlos Fávaro, outros países compradores também serão alertados. Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de “vaca louca”, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o “mal da vaca louca” é uma doença degenerativa. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja. Em relação a uma eventual revisão do protocolo com a China, que é demandada pelo setor produtivo, Carlos Fávaro afirmou que não será a pauta principal neste momento, mas considera ser possível avançar na exigência atual.

A revisão desse protocolo se baseia em confiança e em credibilidade, por isso o Brasil tem tanta preocupação com a transparência, com a credibilidade das informações e a boa diplomacia para que, a partir disso, seja possível discutir um protocolo que não se suspenda imediatamente as exportações com um caso isolado, e possa haver procedimentos menos danosos ao mercado. Mas, por ora, os protocolos serão cumpridos. Carlos Fávaro garantiu que os protocolos necessários para outros destinos também serão cumpridos, assim como todos os países receberão as informações necessárias do Brasil. Após a confirmação do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o ministro Carlos Fávaro, afirmou que a situação não é motivo de preocupação para a população. As pessoas não precisam ter medo de consumir carne bovina, porque a tendência, pelas características do bovino, é a de que seja um caso atípico (ou seja, que surge de forma espontânea no organismo, sem risco de disseminação no rebanho nem ao ser humano).

Não é contagioso, não se contamina pelo consumo humano da carne. O caso ocorreu em uma propriedade pequena, sem consumo de ração (que poderia trazer risco de contaminação externa para o animal), e não foi ao frigorífico para abate. A população não corre nenhum tipo de risco de consumir carne bovina no País e no mundo. Fazendo uma analogia, se o caso de EEB for atípico, é como se fosse uma doença própria do envelhecimento de alguns indivíduos bovinos. É uma degeneração natural do sistema cerebral. O bovino, criado a pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no próprio local. Segundo Fávaro, a partir da divulgação da suspeita do caso, na segunda-feira (20/02), todos os procedimentos técnicos foram seguidos pelo Ministério da Agricultura. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.