18/Jul/2023
A Fitch Ratings considera que o setor latino-americano de proteína animal deve se beneficiar da redução dos custos de produção, de um ciclo de gado favorável na América do Sul e da forte demanda para exportação. As exportações de carne bovina do Brasil devem crescer cerca de 4% em 2023 em relação ao ano anterior. Os custos mais baixos de produção e a maior disponibilidade de gado no Brasil devem ajudar os frigoríficos a venderem mais para o mercado externo, inclusive para a China. Houve queda de cerca de 20% no custo anual de soja e milho no primeiro semestre do ano, por causa da safra robusta no Brasil, o que deve aliviar a pressão de custos para os produtores brasileiros de aves, enquanto os produtores de aves dos Estados Unidos enfrentam custos maiores com grãos.
A produção de carne bovina nos Estados Unidos tende a cair 4% no comparativo anual, em virtude da redução do rebanho do país. Os preços do gado estão previstos para aumentar cerca de 21% em 2023 em relação ao ano anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Como a Marfrig e a JBS têm unidades nos Estados Unidos, as duas empresas da América Latina são as mais expostas ao mercado. Para ambas, a Fitch prevê que o Ebitda do segmento de carne bovina nos Estados Unidos caia cerca de 60% em relação a 2022. Com o risco dos players expostos ao mercado norte-americano, a Fitch projeta uma margem Ebitda próxima a 7% para o setor de proteínas latino-americano em 2023, em comparação com cerca de 9% em 2022.
A Fitch reafirmou o rating 'BBB-' da JBS, com perspectiva estável e 'BB+' da Marfrig, também mantendo perspectiva estável. As outras empresas no Brasil devem continuar se beneficiando dos custos mais baixos com o gado e da forte demanda do mercado externo. O consumo externo de carne suína deve cair 3% em relação a 2022, para 10,6 milhões de toneladas. Haverá redução nas exportações da União Europeia e do Canadá, mas o Brasil, que representa cerca de 13% da origem do produto, deverá aumentar as vendas externas em cerca de 5% no comparativo anual. O consumo global de proteínas animais deve crescer cerca de 0,6% em 2023 ante 2022, após alta de 2,8% em 2022. O consumo de carne de frango deve impulsionar os dados deste ano. As importações de proteína animal pela China devem aumentar 3% em relação ao ano anterior em 2023, segundo o USDA, impulsionado pelas carnes suína e de frango, graças à reabertura da economia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.