11/Aug/2023
Segundo a Necton Investimentos, a pecuária brasileira caminha para um modelo mais intensivo, a exemplo dos Estados Unidos, o que deve agregar mais risco à operação dos pecuaristas. Ao caminhar para perto da pecuária norte-americana, a pecuária brasileira agrega um risco na operação, porque vai ter estoque de boiadas e carne para vender. De fato, estruturas de confinamento de gado são de emprego crescente no País, além de tecnologias de intensificação na criação de bovinos, como integração lavoura-pecuária, semiconfinamento e adubação de pastagens.
A migração para uma pecuária mais intensiva, e consequentemente mais produtiva, por exemplo, com confinamento de gado e alimentação à base de grãos e não de pasto, exigirá que pecuaristas usem mais os mecanismos de proteção de preços, como contratos futuros de boi na B3. O mercado futuro de boi tem potencial tão grande ou maior do que o do milho, o setor ainda não está tão maduro, mas caminha neste sentido. Atualmente, grandes confinadores costumam travar preços de venda do boi gordo em contratos futuros na B3 para garantir lucratividade.
A XP Investimentos alertou que quanto mais o Brasil acessar o mercado externo com a abertura de novos mercados para a carne bovina, mais os pecuaristas ficarão expostos a questões cambiais. O produtor de soja trava os preços de grãos e trava câmbio; o pecuarista, quanto mais o mercado se tornar exportador, mais vai ter de lidar com a variável câmbio. A maior oferta de derivados de milho no Brasil, em virtude do aumento da produção de etanol de milho (que gera resíduos agroindustriais excelentes para a nutrição na pecuária), será um incentivo à intensificação da atividade e à maior competitividade brasileira. Também pode ajudar o País a elevar o volume de produção de carne de maior qualidade, demandada por alguns dos novos mercados em vista.
Para acessar Coreia do Sul e Japão com volume, tem de aumentar o volume médio de produtos de qualidade. O DDG (e outros derivados provenientes da produção de etanol a partir do milho) está dando uma segunda chance à pecuária brasileira para elevar qualidade e acessar novos mercados. Mesmo com o gradual avanço do Brasil em novos mercados, a China continuará sendo um consumidor relevante para o País, porque busca produtos diferentes, em grande escala, na avaliação da Radar Investimentos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.