28/Aug/2023
Durante o período de janeiro a julho de 2023, foram exportadas um total notável de 620,46 mil toneladas de carne suína in natura, marcando um aumento de 13,72% em relação ao volume total e de 15,5% no volume enviado para a China comparado ao mesmo intervalo do ano anterior. Esses números indicam que 2023 está caminhando para estabelecer um novo recorde de exportação, possivelmente superando em mais de 7% o resultado de 2021 ao final do ano. Ao cruzar as informações de produção divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com os volumes exportados no primeiro semestre de 2023, constata-se uma diminuição na disponibilidade interna de carne suína de apenas -1,74% (-36,74 mil toneladas) comparado ao mesmo período do ano anterior.
No que diz respeito à segunda metade de 2022, a disponibilidade interna na primeira metade de 2023 permaneceu praticamente inalterada, divergindo apenas em um aumento de 13,9 mil toneladas (+0,67%) a favor deste ano. Apesar da manutenção da oferta de carne suína no mercado doméstico, os valores pagos aos produtores e as cotações das carcaças têm flutuado abaixo dos patamares alcançados desde o final de 2022 até março de 2023. Em contraste, o preço da carcaça bovina tem experimentado um notável "derretimento" desde maio de 2023, resultado de um considerável aumento da oferta no mercado interno. Essa tendência ocorre mesmo durante o período de entressafra do boi, uma vez que o abate deste ano está previsto para exceder significativamente o do ano passado, sem que haja um aumento proporcional nas exportações.
O frango também teve aumento de oferta no primeiro semestre, o que determinou cotações muito abaixo do ano passado. Enquanto nestes primeiros seis meses a carne suína reduziu a disponibilidade interna em 37 mil toneladas, a carne bovina aumentou em 278 mil toneladas e a de frango em 206 mil toneladas, totalizando um aumento de oferta de 447 mil toneladas de todas as carnes somadas (+4,89%); o equivalente a um aumento projetado do consumo per capita ano de proteína animal da ordem de 4,4 Kg por habitante a mais que em 2022. Sem dúvida, um dos fatores que impede maiores altas na cotação da carcaça suína é a correlação de preços com as demais carnes. Cabe lembrar que quanto mais alta a relação percentual boi-suíno e quanto mais baixa a relação suíno-frango, mais competitiva é a carne suína em relação as outras.
O spread entre a carcaça bovina e suína que, no passado chegou a ultrapassar a marca de 150%, em de julho/2023 atingiu o menor percentual do ano (70,6%), até então. Com relação ao frango, o mês de julho/2023 também foi marcado pela menor competitividade da carne suína, com a maior diferença percentual de preço da carcaça suína em relação a carcaça resfriada de frango (68,4%) no ano. Ou seja, em julho de 2023 a carcaça suína não esteve tão mais barata em relação a carcaça bovina e esteve ainda mais cara em relação à carcaça de frango em comparação com os meses anteriores de 2023, e em relação à média de 2022. Na parcial de agosto, observa-se uma redução ainda maior do spread da carne bovina, mas uma recuperação significativa da diferença em relação a carcaça de frango. Fonte: ABCS. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.