ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Feb/2025

Feijão-guandu melhora nutrição animal e reduz custo

Pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) concluíram um estudo que avaliou a adaptabilidade de cultivares de feijão-guandu ao Semiárido brasileiro. O objetivo era encontrar uma variedade que proporcionasse maior economia na alimentação de caprinos, ovinos e bovinos. A pesquisa apontou a cultivar comercial Super N como a mais indicada para a região, apresentando produtividade média de 6,2 mil quilos por hectare (kg/ha) de matéria seca de forragem. A pesquisa, conduzida ao longo de três anos, foi realizada em áreas experimentais em Sobral (CE), Boa Viagem (CE) e Sumé (PB). Os cientistas analisaram 21 genótipos, sendo quatro cultivares comerciais e 17 experimentais. A avaliação considerou dias de florescimento, altura das plantas e produtividade de grãos, fatores essenciais para a escolha da variedade mais estável frente às condições climáticas do Semiárido.

Os resultados mostraram que todos os genótipos avaliados tiveram produtividade de matéria seca entre 4,6 mil e 9 mil Kg por hectare. A cultivar Super N destacou-se por apresentar 16% mais produtividade de grãos em relação à segunda melhor opção, a Iapar 43. O desempenho da Super N supera em mais de 2 mil Kg por hectare a produtividade de outras cultivares já indicadas para o Semiárido, como a Taipeiro, que registrou apenas 2,49 mil Kg por hectare. A pesquisa foi realizada com o apoio da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Instituto Federal do Ceará (IFCE) e Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O melhoramento genético do feijão-guandu no Brasil começou na década de 1970, com pesquisas conduzidas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Embrapa Cerrados (DF), Embrapa Pecuária Sudeste (SP) e Embrapa Semiárido (PE).

O grão tem sido utilizado para rotação de culturas, melhoria da qualidade do solo e produção de grãos para consumo humano. O guandu é uma cultura altamente adaptável. Na Região Sudeste, por exemplo, ele é utilizado na rotação com cana-de-açúcar e amendoim, além de ser cultivado em quintais por sua longevidade, podendo produzir por até quatro anos sem necessidade de replantio. A pesquisa representa um avanço para produtores de caprinos e ovinos no Semiárido, que necessitam de opções de alimentação mais eficientes e acessíveis. Sumé (PB), uma das maiores regiões de produção de caprinos leiteiros no Brasil, é um dos locais beneficiados pela parceria entre Embrapa e UFCG. Com a conclusão do estudo, a Embrapa iniciará a validação da cultivar em propriedades maiores. A próxima etapa inclui dias de campo para produtores e a divulgação das formas de aquisição das sementes.

O feijão-guandu, também chamado de andu, é uma leguminosa originária da África que se adaptou bem ao solo e clima do Brasil. Seus grãos são ricos em proteínas, fibras, vitaminas e minerais. Além disso, a planta fixa nitrogênio no solo, tornando-se uma alternativa sustentável para recuperação de terras degradadas. Na alimentação animal, o guandu fornece proteína e energia para caprinos, ovinos, bovinos e aves. Sua forragem pode ser utilizada na forma de feno ou silagem, reduzindo a dependência de farelos de soja e milho, que possuem custos mais elevados. Ao incorporar o guandu na dieta dos animais, o produtor consegue diminuir custos com ração concentrada e melhorar o balanço nutricional da alimentação, aumentando a oferta de proteína para o rebanho. Com a validação final e a introdução da cultivar no mercado, a expectativa dos pesquisadores é que o feijão-guandu Super N amplie a produtividade do Semiárido, garantindo um novo recurso para pequenos e médios produtores da região. Fonte: Canal Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.