14/Dez/2021
Em 2021, o avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil trouxe mais segurança à população e possibilitou, especialmente no segundo semestre, a abertura do comércio e do mercado institucional (escolas, bares e restaurantes), importantes canais de escoamento de hortifrútis. Mesmo assim, a economia brasileira não conseguiu decolar como o esperado, e o setor de HF enfrentou uma demanda enfraquecida ao longo do ano, em função sobretudo da renda bastante limitada da maior parte da população, do alto endividamento e do aumento generalizado dos preços dos alimentos.
No campo, pesou ainda a elevação dos custos de produção, que reduziu a margem do produtor de frutas e hortaliças. Em 2021, também foi difícil lidar com o clima desfavorável: a seca perdurou por vários meses e fortes geadas foram registradas no inverno, comprometendo a produção, a qualidade e o calendário de colheita de algumas culturas. Quanto ao mercado exportador, as frutas tiveram desempenho recorde, graças ao câmbio atrativo para este segmento. Para 2022, o setor ainda deve trabalhar com cautela, pois os indicadores preveem uma recuperação ainda muito lenta da economia brasileira.
A inflação pode ficar abaixo da verificada em 2021, o que, ao menos, aliviaria um pouco o poder de compra do consumidor, que está limitado. O câmbio em 2022 deve se manter em patamar elevado, próximo de R$ 5,50/US$. Ao mesmo tempo que o dólar neste patamar tende a manter atrativa a exportação de frutas frescas, no campo, tende a elevar os já altos preços dos insumos agrícolas. Neste caso, além do câmbio, observa-se restrição da cadeia de distribuição de insumos e forte concorrência com as culturas agrícolas de maior extensão, como a soja.
Para as hortaliças, a área das principais culturas e regiões produtoras deve aumentar em 2022, compensando, em parte, as reduções observadas em 2020 e 2021. Esse incremento é concentrado novamente no segmento industrial de tomate e batata, além de uma recuperação parcial da área de alface. Quanto às frutas, a previsão é de leve alta em 2021 frente a 2020. Os investimentos devem ser impulsionados, novamente, pelas regiões exportadoras de manga e uva. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.