10/Jan/2022
Os altos preços dos insumos agropecuários devem continuar pressionando o setor de frutas e hortaliças em 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort). Os custos de produção já foram elevados em 2021, com a retomada do comércio internacional. O frete internacional em alguns casos está até cinco vezes acima do normal. Mesmo produtos voltados para o mercado interno, caso das hortaliças folhosas, são afetados porque dependem de insumos importados como plásticos e fertilizantes. O câmbio deve continuar alto em 2022. Há uma pressão muito grande sobre os insumos como um todo, desde a área de genética de sementes até nas embalagens. Os preços de adubos estão até quatro vezes mais caros.
Enquanto a situação não se normaliza, a solução encontrada pelos agricultores é reduzir a área de produção ou pular uma safra no caso de produtos que têm mais de uma por ano. Apesar da heterogeneidade do setor, com culturas espalhadas por praticamente todos os municípios e diferentes perfis de produção. A entidade estima que neste ano a área de plantio foi 15% menor que a de 2020. Em São Paulo, o repasse dos custos aos consumidores não foi integral, mas, sem linhas de auxílio para os produtores, chegará o momento em que isso terá de ser feito. A maior parte dos insumos triplicou de preço. Os municípios da região do Alto Tietê, como Mogi das Cruzes, Suzano, Biritiba Mirim e Arujá, o chamado Cinturão Verde de São Paulo, são responsáveis por 80% da produção de cogumelos do Brasil. O produto foi um dos que mais sofreram desde o início da pandemia.
A saca do farelo do algodão, usado na compostagem do adubo orgânico, custava R$ 58 no início da pandemia. Agora está custando R$ 170. A produção não parou no auge da crise, mas o produto não tinha saída e muita coisa foi doada. Dessa forma, os produtores ficaram sem dinheiro e muitos que tomaram crédito estão com as garantias comprometidas. Por produzirem itens altamente perecíveis, os produtores ainda sofrem com os custos das embalagens. Tudo o que é derivado do plástico acompanha a cotação do dólar e os preços não vão cair. Plásticos, filmes, tudo que é derivado subiu muito. Para 2022, a expectativa é de crédito mais barato para que o ritmo de produção não caia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.