18/Jan/2022
Previsões agrícolas do governo dos Estados Unidos indicam que a Flórida deve registrar a menor safra de laranja desde a 2ª Guerra Mundial, causando alta nos preços dos futuros de suco, que já estavam no maior nível em anos em razão da pandemia de Covid-19. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou na semana passada esperar que a Flórida produza 44,5 milhões de caixas de 90 libras (40,8 Kg) de laranja este ano, reduzindo suas expectativas que já eram baixas. A safra terminará menor do que a que foi quebrada pelo Furacão Irma, em 2017. Se a projeção estiver correta, será a menor colheita desde 1945.
O maior culpado desta vez, afirmou o Departamento de Citros da Flórida, é o greening cítrico, um mal incurável que afina as copas das árvores e diminui sua vitalidade. O greening prejudica as árvores na Flórida desde que foi detectado lá, em 2005. Em relatório divulgado no dia 13 de janeiro, o USDA informou que mais laranjas estão no solo do que de costume, e que a fruta sendo colhida é menor do que a média. Futuros de suco de laranja concentrado e congelado encerraram a cerca de US$ 1,50 por libra-peso na sexta-feira (15/01), aproximadamente 50% a mais do que quando a pandemia começou. Futuros subiram 5,1% na quinta-feira (14/01), após o USDA cortar as estimativas para a safra atual.
Foi o melhor dia para futuros de suco de laranja desde o início da pandemia, quando norte-americanos faziam estoques do produto para o lockdown. A demanda da pandemia pausou um longo declínio no consumo de suco de laranja entre muitos norte-americanos, que migraram para bebidas com menos açúcar. A oferta de suco de laranja, que nos Estados Unidos é produzido principalmente na Flórida, caiu junto com a demanda. A área plantada de cítricos na Flórida recuou cerca de 50% desde 2001. Os futuros de suco de laranja eram negociados ao preço mais baixo em cerca de 10 anos quando a pandemia atingiu mercados, em fevereiro de 2020.
Na metade de março/2020, as vendas de suco de laranja já haviam aumentado 10%, segundo dados da NielsenIQ. A duração do ganho, porém, foi curta, e o consumo voltou a cair nos últimos meses. Mesmo assim, muitos traders são altistas para o suco em virtude dos problemas de oferta. Fundos e outros especuladores nas últimas semanas aumentaram as apostas na alta de preços, segundo a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC). Outros, porém, não têm tanta certeza. A expectativa é de oferta global de laranjas robusta. Apesar de seca e geadas prejudicarem a safra brasileira, o USDA ainda espera que a colheita no País seja 12% maior do que a anterior. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.