ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Mar/2023

Maçã: SC é contra acordo de importação com China

O estado de Santa Catarina, principal produtor de maçãs do País, com 48% da área plantada, solicitou ao Ministério da Agricultura a retirada da fruta da pauta de negociações do governo brasileiro com a China. No fim de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai viajar ao gigante asiático, levando diversas demandas do agronegócio. Só que, no caso da maçã, segundo a Secretaria de Agricultura de santa Catarina, um eventual acordo de importação da fruta chinesa poderia inviabilizar a produção de maçãs no Estado, além de trazer altíssimos riscos sanitários para os pomares locais. A abertura do mercado brasileiro para a maçã chinesa representa altíssimo risco socioeconômico aos produtores, além de riscos fitossanitários à cultura da macieira. Em relação à questão fitossanitária, há mais de 40 doenças da maçã que não existem no Brasil e que poderiam chegar com a importação.

Uma delas é a traça-da-maçã (Cydia pomonella), que foi erradicada há dez anos dos pomares de Santa Catarina, garantindo ao Estado o status de única região do mundo a erradicar a praga. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), a C. Pomonella é considerada o pior inseto praga da fruticultura no mundo e mantê-la fora de Santa Catarina exige um trabalho contínuo do Ministério da Agricultura, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e dos produtores rurais. Após Santa Catarina ter erradicado o inseto, conquistou a abertura de vários mercados, pois a qualidade geral dos frutos é preservada, uma vez que não é necessário o uso de inseticidas para o controle da doença nos pomares.

O ingresso de pragas e doenças ausentes nos pomares, bem como a depreciação de preços, pode significar a inviabilização do setor e o desemprego de milhares de agricultores. Na safra 2021/2022, Santa Catarina produziu 572 mil toneladas de maçã, a partir de 3 mil pomares. No valor bruto da produção de frutas no Estado, a maçã contribui com 50%, ou o equivalente a R$ 570 milhões por ano. Se contabilizadas as cadeiras secundárias, como os serviços de armazenagem, distribuição e comercialização nos mercados e feiras, a contribuição da cadeia sobe para mais de R$ 2,5 bilhões anuais. Em termos de exportação, em 2022, Santa Catarina participou com 15,8% (5,8 mil toneladas) do volume brasileiro e com 14,5% do valor negociado (US$ 3,5 milhões). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.