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05/Abr/2023

Reconhecida IG da uva niagara rosada de Jundiahy

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) reconheceu nesta terça-feira (04/04) a Indicação Geográfica (IG) da uva niagara rosada de Jundiahy, na categoria Indicação de Procedência. A grafia da palavra com as letras “h” e “y” foi um dos maiores desafios do grupo de produtores dos municípios de Jundiaí, Louveira, Itupeva, Jarinu e Itatiba para conseguir a indicação geográfica. De acordo com os articuladores envolvidos no processo, a primeira reunião para iniciar a demanda aconteceu em 2009. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a conquista é mais um exemplo de um trabalho que envolve articulação de muitas pessoas que se engajaram, contribuíram e acreditaram durante todos esses anos de prospecção e de sensibilização, que fazem parte da metodologia que a Pasta utiliza. A grafia de Jundiahy se explica porque no passado, entre o final do século 19 e início do século 20, a uva era cultivada numa imensa área de terra que se chamava Jundiahy.

Depois os municípios foram desmembrados, mas a uva passou a ser conhecida como a ‘uva de Jundiahy’. No processo de reconhecimento da IG, no início de 2022, o INPI teria solicitado que a grafia fosse trocada por Jundiaí, o que foi descartado pelos produtores. Essa grafia com ‘y’ foi o ponto de união dos municípios que produzem a uva atualmente. Eles se reconhecem como membros daquele território, por produzirem a uva niagara rosada, terem colonização parecida e na mesma época, cultivarem no mesmo solo. Eles têm uma sensação de pertencimento. A equipe do Ministério da Agricultura em Brasília emitiu um documento chamado ‘instrumento oficial’, que atesta a notoriedade da região e a inserção daqueles produtores na delimitação geográfica que demandou a IG. O parecer é emitido após análise de uma série de documentos e é uma das exigências do INPI para conceder a indicação de procedência. A Prefeitura de Jundiaí contou que essa resistência à grafia antiga e a delimitação do território foram os momentos mais complexos de todo o processo.

Foi muito complicado definir o território que seria reconhecido, e nesse ponto, a participação do Ministério da Agricultura foi fundamental. A IG é formalizada no momento em que o surgimento da uva niagara rosada na região completa 90 anos. Uma mutação da uva branca foi descoberta em 1933 por Antônio Carbonari, que hoje dá nome ao parque onde é realizada todos os anos a tradicional Festa da Uva. Agora, será dado início ao processo de divulgação e valorização dessa indicação de procedência. A uva tem um aroma marcante, e isso será provado, buscando um processo de denominação de origem. O caderno de especificações da produção, criado durante o processo, será fundamental para que os produtores interessados em se beneficiar do reconhecimento cultivem a uva dentro dos padrões estabelecidos. A Associação Agrícola de Jundiaí afirmou que os cinco municípios contemplados reúnem entre 700 e 800 produtores de uva.

A primeira festa da uva na região aconteceu em 1934, logo após a descoberta da uva rosada. A festa ocorre em quatro finais de semana entre janeiro e fevereiro, às sextas, sábados e domingos. A ideia é atrair mais turistas à região e despertar o interesse pela niagara rosada de Jundiahy. A associação explicou também outra confusão de grafia. Muitas pessoas acham que niagara tem acento, mas não tem. Niágara é o nome das famosas cataratas do Canadá. A uva do interior de São Paulo não tem acento. A IG de Jundiahy é a 102ª IG brasileira registrada no INPI. A conquista é comemorada pelo grupo também por ter sido divulgada dois dias antes da instalação do Fórum de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas do Estado de São Paulo. A solenidade que marca a criação desse colegiado acontece na nesta quinta-feira (06/04) na Superintendência de Agricultura e Pecuária de São Paulo. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.