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05/Mar/2024

Fumo: estudo aponta que tabagismo afeta imunidade

Conforme estudo feito pelo Instituto Pasteur, na França, e publicado na revista científica Nature, o tabagismo prejudica o sistema imune, com efeitos que podem durar anos após a interrupção do hábito. Tanto a imunidade inata (com a qual nascemos e que se desenvolve nos primeiros anos de vida, servindo como primeiro “exército” de defesa do corpo) quanto a adaptativa/adquirida (que evolui com o tempo, após infecções ou por meio de vacina) são rebaixadas. O peso do tabagismo na variabilidade da resposta a desafios imunológicos foi tão importante quanto idade, sexo e características genéticas, explicações mais conhecidas e estudadas para essa diversidade. Todas elas têm implicações no risco de doenças. Ao comparar fumantes e ex-fumantes, os pesquisadores perceberam que a imunidade inata voltou ao normal após a cessação do tabagismo.

O impacto na imunidade adaptativa persistiu durante 10 a 15 anos. Esta é a primeira vez que foi possível demonstrar a influência a longo prazo do tabagismo nas respostas imunológicas. É quase como se o sistema imunológico desenvolvesse memória de longo prazo dos efeitos deletérios do tabagismo. Foi possível demonstrar que o hábito de fumar pode modificar a expressão de genes envolvidos no funcionamento de células do sistema imune. Especialistas que não estiveram envolvidos no estudo destacam que a possibilidade de impacto do tabagismo nas defesas já era ventilada, e a nova pesquisa é um passo importante para esclarecer melhor o que ocorre nesse sentido. O cigarro está associado diretamente ou indiretamente a mais de 52 doenças, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com destaque para diversos tipos de câncer, como de boca, laringe, pulmão, mama, bexiga e colo de útero, além de enfisema e problemas cardiovasculares.

Já se sabia, por exemplo, que fumantes têm de duas a três vezes mais risco de desenvolver tuberculose do que os não fumantes, e aqueles que tiveram Covid-19 apresentam mais possibilidade de enfrentar um prolongamento da doença. A “epidemia do tabaco”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou, matando mais de 8 milhões por ano, sendo que 1,3 milhão são indivíduos expostos ao fumo passivo. Embora o estudo demonstre danos duradouros, os médicos destacam que nunca é tarde para parar de fumar, pois sempre haverá diminuição de riscos ligados ao hábito. O ideal é nunca fumar ou cessar até os 35 anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.