19/Aug/2024
De acordo o 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado na sexta-feira (16/08) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A maior parte das hortaliças e frutas comercializadas nos principais mercados atacadistas do Brasil apresentou queda de preços em julho, repetindo movimento do mês anterior. A média ponderada de preços decresceu até 47,69%, no caso da cenoura, e 43,96%, no caso do tomate, em relação ao registrado em junho. A pesquisa considera as cinco frutas (laranja, banana, mamão, maçã e melancia) e hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA). A queda de preço da cenoura é explicada pela maior quantidade da raiz nos atacados. Em termos nacionais, a oferta do produto para as Ceasas que fazem parte do Boletim cresceu 8,9% em julho e não está concentrada em Minas Gerais.
O corte nos preços do tomate também está relacionado ao aumento da oferta 13% superior a junho, sendo o maior volume registrado entre os meses de 2024. Ainda em relação às hortaliças, no caso da batata, a entrada da safra de inverno provocou uma reversão no movimento de alta apresentado nos últimos meses. A maior baixa de preço foi observada na Ceasa de Rio Branco - AC (-35,57%), seguida da diminuição na Central em Fortaleza - CE (-17,22%). Porém, como em abril, maio e junho a tendência foi de elevação, os preços continuaram em nível elevado. Por exemplo, em julho de 2023 o preço médio da batata na Ceagesp (SP) estava R$ 3,46/kg e em julho deste ano registrou R$ 5,82 por Kg, incremento de 68%. Para a cebola, no mês passado, a média ponderada diminuiu 11,14%, chegando a uma queda de 28,69% na Ceasa no Acre. As maiores quantidades do bulbo nos mercados em julho explicam o arrefecimento nos preços. A oferta nas Ceasas analisadas teve alta de quase 5% em relação à de junho.
Esse aumento, junto com a pulverização da produção, explica a depreciação contínua de preços registrada. Para a alface, a alta significativa na Ceasa que abastece Fortaleza - CE (28,56%) e as estabilidades de preço influenciaram a média ponderada do mês. Ela foi positiva em 1%, na comparação com a média de junho. Mas, em sete Ceasas, o preço caiu e em algumas de maneira significativa como é o caso da Ceasa Brasília - DF (-28,28%) e da Ceasaminas - MG (-23,74%). Entre as frutas, o movimento preponderante de preços, no mês de julho, da banana (-2,31%), maçã (-2,66%), mamão (-19,57%) e melancia (-3,27%) foi de baixa, em virtude da uma maior oferta no mercado atacadista aliada à retração da demanda devido às férias escolares. No caso do mamão, a queda mais expressiva dos preços se deu em decorrência da colheita em novas plantações e ao tempo adequado para o desenvolvimento das frutas, em especial no norte do Espírito santo e no sul da Bahia. O volume ofertado fez com que os produtores fizessem o controle do envio da fruta, a fim de impedir uma depreciação maior dos preços.
A maçã também apresentou redução de preços mesmo com a diminuição da oferta, que foi compensada pela menor demanda em virtude do período de férias. Com relação à banana, ocorreu oscilação das cotações para as produções de bananas prata e nanica e aumento da comercialização, principalmente para a variedade prata. Houve aumento do volume total de melancia comercializado pelas Ceasas, por causa da boa produção em Ceres (GO) em Tocantins, além da menor demanda por causa do tempo frio e das férias escolares. Em movimento contrário ao registrado nas cotações médias das demais frutas, a laranja apresentou movimento de alta nos preços no atacado, na média ponderada de 6,91%. A elevada demanda para processamento da fruta, em um contexto de baixos estoques de suco, provocou o incremento das cotações na indústria, o que acabou refletindo no atacado e varejo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.