18/Dec/2024
Segundo o Commerzbank, os preços do cacau devem continuar em alta e instáveis nas próximas semanas, depois de dispararem para níveis sem precedentes nos últimos dias. Na Bolsa de Nova York, as cotações ultrapassaram US$ 11.900,00 por tonelada no dia 16 de dezembro, alta de mais de 60% desde meados de novembro, além de quebrar o recorde anterior estabelecido em abril. Na Bolsa de Londres, os preços mais do que dobraram desde o fim de outubro, chegando a 9.440,00 libras por tonelada. O início da safra principal na Costa do Marfim, principal produtor global de cacau, que está em andamento desde o início de outubro, tem sido promissor.
Estimativas de exportadores indicam que as chegadas cumulativas de grãos de cacau aos portos do país até o dia 15 de dezembro aumentaram 33% ante igual período do ano passado. No entanto, essa comparação pode ser enganosa, já que os números do ano anterior foram excepcionalmente baixos. Há temores de que os volumes de colheita possam se estabilizar nos próximos meses, com o clima seco. Os ventos harmattan vindos do Saara, no período entre dezembro e março, também podem agravar o problema. Por isso, os agricultores de cacau na Costa do Marfim esperam colheitas menores em fevereiro e março.
Além disso, os estoques de cacau permanecem criticamente baixos após o déficit de oferta recorde do ano passado. A Organização Internacional do Cacau informou que as reservas globais somam apenas 1,3 milhão de toneladas, menor nível em 36 anos, com uma relação estoque/consumo de 27%, a mais baixa em 47 anos. Entre outras questões, a liquidez do mercado caiu drasticamente porque muitos participantes tiveram que encerrar suas posições em virtude do forte aumento dos custos. Além disso, há relatos de um aperto de liquidez no mercado físico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.