10/Oct/2025
De acordo com levantamento realizado pela consultoria Deloitte junto às empresas associadas ao Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), cuja sede fica em Santa Cruz do Sul (RS), no Vale do Rio Pardo, maior polo de produção e beneficiamento de tabaco do mundo, a exportação brasileira de tabaco deve alcançar cerca de US$ 3 bilhões até o fim de 2025, em comparação com US$ 2,977 bilhões em divisas no ano passado. O volume embarcado deve crescer de 15,1% a 20% ante 2024. De janeiro a setembro, os volumes exportados atingiram 376.907 toneladas, volume 19,23% maior ante o mesmo período do ano passado. Em relação às divisas, foram US$ 2,354 bilhões, resultado 16,22% a mais do que os valores no mesmo período de 2024.
Segundo o Sinditabaco, o Brasil deve, novamente, fechar o ano como líder mundial de exportações de tabaco, agora pelo 33º ano consecutivo, confirmando a posição mantida desde 1993. Os dados mostram também que, de janeiro a setembro, os principais destinos do produto brasileiro foram, por ordem: Bélgica, China, Indonésia, Estados Unidos, Turquia e Emirados Árabes. O setor aposta na eficiência do Sistema Integrado de Produção de Tabaco para manter a qualidade e integridade do produto brasileiro, que todos os anos é destinado para mais de 100 países. Os números refletem o sucesso da boa safra comercializada e superam a média histórica da última década de 500 mil toneladas e US$ 2 bilhões em divisas todos os anos. Em 2024, quase 9% do tabaco brasileiro (40 mil toneladas ao preço de US$ 255 milhões) foi enviado para os Estados Unidos.
Neste ano, de janeiro a agosto, foram embarcadas 28 mil toneladas, que geraram US$ 173 milhões. O setor embarcou o que foi possível até agosto, quando a tarifa adicional entrou em vigor, mas ainda há 12 mil toneladas de tabaco processado e comercializado que estão com os embarques suspensos. A expectativa é de que se chegue a alguma solução para a questão nos próximos meses, sob pena problemas futuros no campo e nas indústrias. O resultado das exportações de tabaco de 2025 pode ter impacto de atrasos nos embarques no Porto de Rio Grande (RS), de onde sai cerca de 90% do tabaco brasileiro. Novas regras anunciadas recentemente pelo Tecon (Terminal de Contêineres) reduziram o prazo para entrada dos contêineres no terminal, fazendo com que as empresas exportadoras precisem de locais para armazená-los até a liberação para embarque, explicou o sindicato.
Os espaços disponíveis, no entanto, estão se tornando disputados, resultando no aumento expressivo de custos de armazenagem. Algumas associadas do SindiTabaco relatam que já há contêineres de tabaco parados no Tecon há mais de 40 dias. Grande parte dos terminais da costa brasileira está muito acima de sua capacidade operacional, com vários deles com poucas janelas de atracação e cais congestionados. Outro problema recorrente é o elevado número de cancelamento de escalas de navios no Tecon por parte de armadores marítimos, ocasionando a postergação dos embarques e consequente acúmulo gigantesco de contêineres no pátio do terminal. O cancelamento de escalas também resulta na menor oferta de contêineres vazios aos exportadores, que já é um problema antigo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.