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30/May/2025

Armazenagem: GSI quer dobrar de tamanho no País

Com perspectivas mais animadoras do que em 2024, a GSI, que atua nos segmentos de armazenagem e infraestrutura para suinocultura e avicultura, projeta que a agroindústria brasileira viverá uma retomada neste ano. Apesar da pressão dos juros, há sinais claros de ânimo no campo. A supersafra e margens um pouco melhores estimularam o produtor a investir, inclusive com recursos próprios. Este será o primeiro ano completo da empresa como integrante do portfólio da gestora American Industrial Partners (AIP), que, em 2024, comprou a GSI, então parte do grupo AGCO, de máquinas e equipamentos agrícolas. O acordo foi de US$ 700 milhões. Antes, era uma divisão pequena em um grande conglomerado. Agora, há um investidor alinhado com os objetivos da empresa e pronto para investir no ciclo positivo do agro sul-americano. A companhia quer, em cinco anos, dobrar o faturamento que registrou em 2023, quando a receita foi de US$ 200 milhões.

O quadro problemático de 2024, ano em que produtores diminuíram investimentos, fez a receita da empresa cair um pouco. Para crescer nos próximos anos, a companhia tem uma estratégia que se sustenta em dois pilares: armazenagem de grãos para toda a agroindústria e soluções completas para granjas de aves e suínos. Historicamente, a atuação da GSI tem se concentrado na armazenagem dentro das fazendas, que responde, hoje, por 80% do faturamento. A empresa quer equilibrar as fontes de receita entre produtores individuais e grandes projetos comerciais. O objetivo de médio prazo é que cada uma dessas frentes responda por 50% das vendas. Para isso, a empresa tem trabalhado mais de perto com cerealistas, cooperativas, usinas de biocombustível e grandes projetos de armazenagem. Foram captados bons projetos recentemente e a empresa tem know-how global para atender demandas mais complexas.

A experiência internacional da GSI dá fôlego técnico e logístico para crescer nesse segmento. A empresa reconhece que, no passado, tropeçou ao tentar importar soluções norte-americanas, pouco afeitas ao agro tropical. O portfólio foi reorganizado para atender melhor as condições brasileiras. Agora, a empresa tem produtos mais assertivos, tanto em aspectos técnicos quanto em termos de custo. Além do Brasil, a empresa quer ampliar suas operações em outros mercados da América do Sul. A armazenagem na Argentina, por exemplo, é melhor que a brasileira em capacidade estática, mas muito antiga. Observa-se expansão agrícola no Paraguai. Há boas oportunidades. Na cadeia de proteína animal, a GSI é conhecida por oferecer “soluções completas” (da construção de galpões a automação, ventilação e monitoramento remoto) para suinocultura e avicultura.

O caso recente de gripe aviária no Brasil não deve frear os planos da empresa. O Brasil está à frente do mundo em termos sanitários. A regionalização da produção vai fortalecer o País ainda mais. De 25% a 30% da base instalada de granjas precisa de modernização, o que representa grande potencial para a GSI. O setor tem alto nível tecnológico no País, mas é preciso renovar. O crescimento da adesão à tecnologia é uma necessidade, não uma resposta à gripe aviária. A empresa tem duas fábricas no Brasil, ambas no Rio Grande do Sul (em Passo Fundo e Marau) e outras 12 unidades ao redor do mundo. O portfólio inclui marcas como AP, Cumberland, Tecno, C-Lines, Agromarau e Cimbra. Em 2023, quando ainda fazia parte da AGCO, a GSI faturou US$ 1 bilhão no mercado global. A nova controladora, a AIP, é sócia de 45 empresas e administra mais de US$ 16 bilhões em ativos. A gestora, que há anos considerava entrar no agronegócio, tinha interesse pela GSI desde 2003. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.