05/Jun/2025

Ao planejar projetos de longo prazo voltados à infraestrutura de transporte, a iniciativa privada precisa de garantias de recebimento daquilo que investiu. Segundo a CS Infra e a Ciclus Ambiental, quando se pensa em projetos de 20 ou 30 anos, o Brasil tem amadurecido na modelagem econômica e financeira. Mas o primeiro ponto importante é que o setor privado tenha garantias de que irá receber. De um total de R$ 260 bilhões investidos em infraestrutura no ano passado, R$ 200 bilhões foram da iniciativa privada. Essa participação aumenta ano a ano. Sobre o papel das Parcerias Público-Privadas (PPPs) nesse processo, foi citado o caso de sucesso da rodovia Grãos do Piauí. Quando se fala em investimento em infraestrutura, as empresas privadas sempre buscam localidades de maior demanda e a dúvida inicial é se é preciso vir a demanda primeiro ou a infraestrutura.

No Piauí há, de fato, uma PPP de rodovia, a maior da Região Nordeste. Tem 600 Km, fica no sul do Estado e é usada para transporte de grãos. A modelagem inclui pedágios e, se a demanda ficar abaixo do previsto, o edital prevê a complementação dessa contraprestação. O Ministério dos Transportes comentou que, no setor ferroviário, só se começa a auferir receita quando a ferrovia está pronta. Isso exige um valor inicial agressivo. As ferrovias são construídas em geral pelo poder público para que o projeto e modelagem parem em pé. É o investimento público que alavanca o setor privado. Há desafios, porque o transporte ferroviário tem algumas peculiaridades, como os altos custos inerentes a essa modalidade, mas tem vantagens.

O governo tem trabalhado em projetos estruturantes que vão permitir o escoamento de carga para diferentes portos com redução de custos, caso da ferrovia EF 118, que liga Espírito Santo e Rio de Janeiro, conectando dez portos. Assim, o próprio contratante do serviço consegue auferir um melhor preço do transporte quando há portos concorrendo. O fator que amortecerá a pressão de taxas de juros internas é a modelagem do contrato. O mecanismo de contas vinculadas é um importante instrumento para atrair investimentos. Segundo a Infraero, a economia do País é cíclica, o que dificulta investimentos públicos, mas a ideia é o desenvolvimento da aviação regional. Mas é preciso, senão de uma vigilância, uma agência reguladora. O instrumento da concessão está mais evoluído no restante da América Latina que no Brasil. O País tem capacidade instalada, mas precisa de planejamento para que pessoas de diferentes regiões possam se deslocar a partir da malha aérea para os grandes centros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.