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05/Jun/2025

Logística: greve de auditores fiscais preocupa setor

Operadores logísticos relatam “extrema apreensão” com a continuidade da greve de auditores fiscais da Receita Federal, que se arrasta desde novembro. Entidades do setor dizem que os custos adicionais gerados por multas com o atraso nas entregas de mercadorias têm desestimulado contratações e podem afetar o nível de emprego. Vale lembrar que os operadores logísticos respondem por aproximadamente 2,3 milhões de empregos, entre diretos e indiretos, sendo peça-chave na engrenagem da economia nacional, segundo a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol).

Operadores logísticos são empresas que prestam serviços integrados de logística, como transporte, armazenagem e gestão de estoque. A Abol alerta para um aumento expressivo no tempo de liberação de cargas nos principais aeroportos e portos do País, devido à paralisação dos auditores, que fiscalizam as mercadorias que chegam do exterior. A sobrestadia das mercadorias, associada à ausência de condições adequadas para sua manutenção nos terminais de carga, tem gerado atrasos em serviços de abastecimentos essenciais à população, quebra de contratos com clientes e embarcadores e, no pior dos casos, avarias que comprometem a integridade dos produtos.

Ao pedir urgência para um acordo entre o governo federal e a Receita, a entidade também ressalta que a instabilidade compromete a confiança de investidores e gera danos para a credibilidade global do Brasil. Delegados da Receita também aderiram à greve. Um dos principais motivos para a decisão foi o corte de até 20% do bônus de produtividade de auditores imposto pelo órgão. Os auditores fiscais da Receita Federal começaram na terça-feira (03/06) uma operação-padrão nas bagagens de passageiros em cinco aeroportos do Brasil como parte do movimento grevista da categoria, que já dura mais de seis meses.

De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a estratégia teve início em Guarulhos (São Paulo) e Salgado Filho (Porto Alegre) na terça-feira (03/06). Nesta quarta-feira (04/06) foi a vez dos aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro) e Confins (Belo Horizonte) e, na sexta-feira (06/06), está prevista em Salvador (Bahia). Os passageiros que desembarcarem nesses aeroportos poderão ser impactados pela operação-padrão, que aumenta a quantidade de inspeções. A atuação pode gerar filas e aumentar o tempo de espera. O Sindifisco explicou que casos mais urgentes, que precisam de liberação rápida, como porte de itens hospitalares, por exemplo, não farão parte da operação.

A greve dos auditores teve início em 26 de novembro e já tem impacto em várias áreas da Receita Federal. Os servidores querem recomposição das perdas inflacionárias no vencimento básico da categoria, que, segundo eles, acumula prejuízos desde 2016. A proposta do Ministério de Gestão e Inovação (MGI) foi rejeitada pela categoria por não contemplar todos os auditores e com a alegação de que o reajuste é "sensivelmente inferior" ao negociado com outras carreiras do serviço público. O Sindifisco Nacional aguarda uma nova agenda com o MGI para retomar a negociação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.